Maternidade e carreira: Flórida fica no 28º lugar para mães que trabalham, cita pesquisa

O WalletHub analisou 17 métricas, como qualidade e disponibilidade de creches e oportunidades profissionais.

Por Arlaine Castro

A piauense Fernanda Godoy, 38 anos, mora em Tampa (FL) e é técnica em radiologia, mas não trabalha fora para cuidar do filho de 2 anos.

Milhares de mulheres equilibram a maternidade com a carreira. Alguns estados americanos são melhores para trabalhar do que outros, especialmente para as mães que trabalham fora. A Flórida ficou no 28º lugar para mães que trabalham dentre todos os estados.

Nos Estados Unidos, as mulheres representam quase metade da força de trabalho e 74% com filhos menores de 18 anos nos EUA têm empregos, de acordo com o relatório "Características de Emprego das Famílias" do Bureau of Labor Statistics para 2023. A análise é do Florida Today.

A empresa de finanças pessoais WalletHub analisou recentemente dados do U.S. Census Bureau, Bureau of Labor Statistics, Equal Employment Opportunity Commission, Institute for Women's Policy Research e várias outras organizações para encontrar os melhores e piores estados dos EUA para as mães trabalhadoras viverem.

"No entanto, as mães que trabalham ainda enfrentam uma batalha difícil no local de trabalho, já que o salário médio por hora das mulheres é apenas 82% do que os homens ganham e apenas 10,4% dos executivos-chefes das empresas S&P 500 são mulheres", diz o estudo da WalletHub.

"Alguns estados estão fazendo mais para resolver estes problemas fundamentais do que outros. Não só as políticas de licença parental e outros sistemas de apoio jurídico variam consoante o estado, mas a qualidade da infraestrutura - desde creches econômicas até escolas públicas - também está longe de ser uniforme."

"As mães que trabalham precisam equilibrar cuidadosamente as oportunidades de carreira com fatores que proporcionem um bom ambiente para seus filhos ao decidir onde morar", disse Cassandra Happe, analista da WalletHub, no estudo. "Os melhores estados oferecem salários equitativos para as mulheres e o potencial de progressão na carreira, juntamente com políticas robustas de licença parental e cuidados infantis, cuidados de saúde e escolas de alta qualidade."

O WalletHub mediu cada estado em 17 métricas, como qualidade e disponibilidade de creches, oportunidades profissionais para mulheres e disparidades salariais entre homens e mulheres e políticas de licença parental para encontrar sua lista de classificação.

Aqui estão os 10 melhores estados para mães que trabalham, de acordo com o estudo da WalletHub de abril de 2024:

Massachussets

Rhode Island

District of Columbia

Connecticut

Minnesota

New Jersey

Washington

Vermont

Wisconsin

Maine

A Flórida é um bom lugar para mães que trabalham?

A Flórida ficou no 28º lugar geral entre os 50 estados. A única categoria em que a Flórida se classificou na lista dos "melhores" foi o desemprego feminino, com as taxas de desemprego feminino mais baixas dos EUA, de acordo com a pesquisa.

Fila de espera para médico e creche

Morando em Tampa, na costa oeste da Flórida, a piauense Fernanda Godoy, 38 anos, é técnica em radiologia, mas não trabalha fora para cuidar do filho de 2 anos.

"Falta de rede de apoio. Meu filho necessita de suporte devido a prematuridade e se eu for trabalhar ficaria mais difícil ele ter acesso a fono e fisioterapia. Fora a carga de trabalho e acesso a horários de daycare", diz.

Sobre o custo dos cuidados infantis na Flórida (saúde, educação, lazer, etc), ela confirma os números não tão bons para acesso a pediatras e daycares.

"Os daycares estão bem caros e na nossa área existe fila de espera. Em relação à saúde, tenho dificuldade em achar médico. Tentei marcar um pediatra de desenvolvimento e a fila de espera é de 1 ano nos dois únicos médicos na região de Tampa. Em relação ao lazer, há muitas atividades pra se fazer, nesse quesito não posso reclamar", destaca.

Classificação geral da Flórida:

-24º em qualidade de creche

-33º em custos com cuidados infantis (ajustado pelo salário médio das mulheres)

-40º em pediatras per capita

19º lugar em disparidades salariais entre homens e mulheres

-29º lugar na proporção de executivas mulheres em relação a executivos homens

-39º no salário médio das mulheres (ajustado pelo custo de vida)

-1º em taxas de desemprego feminino

-21º lugar na pontuação da política de licença parental

-41º em duração média da semana de trabalho de uma mulher (em horas).