Uma brasileira conta que foi drogada enquanto estava no estacionamento da Home Depot da Hillsboro em Deerfield Beach, no sul da Flórida. Bastante assustada, Cleydiane Martins relatou em suas redes sociais na quarta-feira, 5, o acontecido, com o intuito de alertar a comunidade.
"É assustador demais. Tomem cuidado, muito cuidado com estranhos na rua, o que oferecem ou para que se aproximam", alerta. "Dá uma sensação de impotência, fiquei paralisada, com sede, o coração acelerado, minha voz não saía. É horrível."
Segundo ela, um homem alto, negro, com dentes de ouro, usando boné e uma camiseta de uniforme hospitalar, bermuda larga, estava entregando cartão de visita de landscape. Ela pegou o cartão e rapidamente começou a se sentir mal.
"A droga age muito rápido. Agradeço a Deus por ter dado tempo de eu entrar para a porta do Home Depot.
O cara ia me levar até no meu carro com as minhas coisas, porque eu achei que ele trabalhava no Home Depot. Mas até eu chegar no carro, eu teria desmaiado. A gente tem que tomar muito cuidado. Nunca pensei que fosse acontecer comigo. Tenho muitos amigos nessa área. Já chorei muito, estou muito assustada ainda, não tenho coragem de ir sozinha nem no Walmart mais."
Entenda o caso
Ela saiu do trabalho e parou na loja por volta de 5:45pm, estacionando o carro longe porque não tinha vaga perto. Dentro, foi na área de jardinagem, que é no fundo da loja. Um homem estava no caixa e ela disse que ele a olhava de forma estranha, encarando. Ela desceu para uma outra área e quando voltou, ele não estava mais no caixa.
"Comprei seis sacos de serragem. Paguei primeiro e saí porque uma senhora disse que eu pegaria os sacos lá fora. Os sacos são grandes e eu tava colocando no carrinho. Quando eu estava pegando o terceiro saco, o mesmo homem me gritou de uma parte do estacionamento: "Hey, man, you´re strong, look good". Achei estranho e só agradeci e continuei. Em um segundo, ele apareceu na minha frente e pegou o meu carrinho.
Achei na hora que ele fosse funcionário e estivesse me ajudando. Ele então me entregou um cartão de landscape e eu peguei na hora. Perguntei o que era e ele disse que era seu cartão de negócios. Eu olhei para o cartão e então comecei a não sentir as minhas mãos, a minha perna começou a ficar bamba e minha boca seca. Percebi que estava perto da porta ainda de onde a senhora tinha me atendido e corri para dentro. Pedi para chamarem a polícia e ele entrou atrás dizendo que eu estava louca e que só tinha entregue o cartão dele pra mim. Eu disse que tinha droga no cartão e a mulher entendeu. Eu liguei para o meu marido e a mulher chamou Uma outra brasileira me deu água. Nisso ficamos esperando a polícia, eu ainda meio tonta, mas falando para ele que se ele não tinha nada a dever, não ia embora. Mas a polícia demorou duas horas para chegar e o homem conseguiu fugir. Se eu não tivesse passado mal naquele instante e pensado rápido para pedir ajuda, ele ia comigo até o meu carro que estava embaixo, eu ia desmaiar lá, e só Deus sabe o que ele iria fazer comigo", relata.
A Polícia
A polícia foi acionada, mas demorou 2 horas para chegar ao local e o suspeito fugiu. "Houve negligência da polícia. Eu poderia ter feito o boletim ali na hora e eles verificariam as câmeras da loja. Eu estava paralisada e não conseguia ficar em pé, estava sentada no chão quando eles chegaram. E só foram porque meu marido ligou de novo dizendo que tinha uma pessoa armada na loja. Mesmo assim, quando me viram, riram e disseram que eu estava drogada, que eu tinha usado droga. Eu saí do trabalho e passei lá para comprar uma coisa, só isso.
Quando a ambulância chegou, o socorrista acreditou em mim e disse que realmente está acontecendo muito casos semelhantes. Só assim um dos policiais então falou para o outro que poderia ser sim.
No hospital
Sem conseguir andar direito, ela foi internada para fazer exames de sangue e urina e está com o braço e perna esquerdos paralisados. Com o marido e os dois filhos no hospital, ela fez o desabafo. "É muito estranho, o efeito demora para passar. Só consigo mexer a mão e o pé, o resto é como se estivesse com câimbra".
Horas depois, ela recebeu alta, mas ainda se sentindo grogue e ficou de ver os resultados dos exames online. "No hospital, disseram que tem havido atendimentos de casos assim e que era algum tipo de droga sim, só não sabiam qual".
Segundo ela, depois que acontece, o choque é grande porque dá uma pressão psicológica muito grande. "Você fica pensando no que poderia ter acontecido realmente por poucos segundos. Eu não tive maldade na hora. Tenho filhos pequenos e deveria ter pensado que poderia ser algo ruim, mas não tive maldade".
Cleydiane disse que vai tentar obter as imagens das câmeras de vigilância do Home Depot para divulgar o rosto do suspeito.