DeSantis assina lei que retoma controle de área administrada pela Disney na FL

A legislação acaba com o status de autogoverno e faz com que a Disney viva sob as mesmas leis de impostos e serviços.

Por Arlaine Castro

Para Ron DeSantis, a empresa não faz jus aos privilégios políticos.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, assinou nesta segunda-feira, 27, um projeto de lei que retoma o controle do distrito tributário especial do Walt Disney World, que por meio século permitiu que a gigante do entretenimento operasse com alto grau de autonomia.

"Hoje o reino corporativo finalmente chega ao fim", declarou DeSantis em Lake Buena Vista, durante a assinatura da lei aprovada há duas semanas pelo Congresso estadual. "Esta legislação acaba com o status de autogoverno da Disney, faz com que a Disney viva sob as mesmas leis que todos os demais e garante que a Disney pague suas dívidas e sua parte justa de impostos", acrescentou.

Em fevereiro, os legisladores aprovaram um projeto de lei que manteve os benefícios fiscais do distrito especial, mas o renomeou como Distrito de Supervisão do Turismo da Flórida Central, removeu alguns poderes e deu a DeSantis o poder de nomear os membros do conselho.

O político republicano, visto como um provável candidato à Casa Branca em 2024, e a empresa se desentenderam no ano passado quando a Disney criticou uma lei promovida por DeSantis que proíbe abordar questões relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero nas escolas primárias da Flórida sem o consentimento dos pais.

Como represália por essas críticas, o governador assinou em abril uma lei para eliminar o distrito especial da Disney, que inclui seu parque temático de Orlando, antes de junho de 2023.

A empresa, que emprega mais de 75 mil pessoas na Flórida, administra esse distrito de 100 km² como uma prefeitura local desde a década de 1960. Cobra impostos e garante serviços públicos essenciais, como coleta de lixo e tratamento de água.

A nova lei, que entra em vigor de imediato, não anula esse distrito especial, mas substitui sua liderança. Desde já, o governo designará cinco membros para a junta de supervisores, que deverão ser aprovados pelo Senado estadual.