Brasileira relata ameaça de morte em banheiro da escola do filho no sul da Flórida

Por Arlaine Castro

Recado escrito dentro de um dos banheiros da Monarch High School.

Ameaças a escolas não são incomuns na Flórida. A maioria se revela infundada, mas há penalidades aos responsáveis, inclusive se o autor for um aluno. Preocupada, na manhã desta terça-feira, 20, uma brasileira cujo filho estuda na Monarch High School em Coconut Creek procurou o Gazeta News para relatar o medo do seu filho por causa de uma ameaça feita por alguém dentro de um dos banheiros da escola.

Segundo a brasileira (não identificada por segurança), um recado foi escrito (veja a imagem) na porta divisória que fica dentro de um dos banheiros há cerca de 15 dias marcando um "ataque" para o dia de hoje, 20 de setembro. A escola entrou em contato com os pais avisando sobre fato e dizendo que estavam investigando para descobrir o autor da ameaça, disse a mãe, que enviou uma foto da ameaça. 

"Eu juro por Deus que você não verá mais a sua casa. Vou matar todos. Te vejo no dia 20", diz o recado no banheiro masculino.

Mesmo assim, segundo a brasileira, seu filho preferiu não ir à aula por esses dias. "O meu filho disse que não iria à aula por medo porque seria o dia do ataque. Eu achei certo, melhor precaver mesmo. Uma amiga levou o filho dela e me disse que a escola estava vazia, foram somente alguns alunos. Não tinha nem trânsito e a escola estava cheia de policiais, helicópteros rondando, cães farejadores, etc".

"É bom sempre manter informado os pais sobre esse tipo de situação, sempre pedir aos filhos para que fiquem atentos na escola, ficar de olhos e ouvidos abertos", ressaltou a mãe, que completou dizendo a amiga voltaria até à escola para buscar o filho.

O Gazeta News entrou em contato com a direção da escola e aguarda retorno. 

Ameaças

Embora a violência não esteja acontecendo em todas as escolas, muitas estão vendo os problemas surgirem em mais campi do sul da Flórida do que no passado. 

Na mesma escola relatada pela brasileira, a Monarch High em Coconut Creek, pelo menos 10 incidentes de agressões foram relatados desde meados de setembro de 2021, com vários estudantes presos, informou o Sun Sentinel. No condado de Broward, foram 712 brigas e 223 ataques físicos desde o início das aulas até o final de outubro do ano passado, apurou o jornal.

Autoridades do distrito escolar dizem que a pandemia foi um fator importante, pois os alunos caíram academicamente e não tinham estrutura, interação social e apoio à saúde mental. Somando-se ao problema está a falta de orientadores, terapeutas e especialistas em saúde comportamental. Aqueles que estão lá muitas vezes têm que preencher como substitutos ou monitores de salão devido à falta de outros funcionários.

O distrito contratou funcionários e implementou tecnologia para monitorar as mídias sociais e viu um aumento recente no número de denúncias enviadas aos aplicativos FortifyFL e SaferWatch.

Penalidades 

De acordo com o Departamento de Educação da Flórida, "qualquer ameaça de violência contra a escola ou grupos-alvo que resulte em ação disciplinar da escola e envolvimento da aplicação da lei, deve ser codificada como Perturbação no Campus-Major se causar uma interrupção significativa no campus".

Pelo Estatuto da Flórida, ameaças escritas ou eletrônicas de matar, causar lesões corporais ou realizar um tiroteio em massa ou um ato de terrorismo são crimes e quem violar comete crime doloso de segundo grau, punível nos termos do art. 775.082, s. 775.083, ou s. 775.084.

Fazer uma falsa ameaça de violência é um ato criminoso que pode levar à prisão. Uma violação da seção 790.163 ou 790.164 dos Estatutos da Flórida é um crime de segundo grau que é punível com até 15 anos de prisão e multa de US$ 10.000.

Essas são as penalidades legais para estudantes com mais de 18 anos (ou menores acusados como adultos).

Além disso, os alunos enfrentam medidas disciplinares e podem ser suspensos ou expulsos da escola durante a investigação e processo legal.

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