A discussão sobre uma possível bolha imobiliária no próximo ano parece estar em alta, já que o aumento das taxas de hipoteca continua a desacelerar o mercado imobiliário superaquecido. Nos últimos dois anos, os preços das casas se valorizaram em um ritmo insustentável, fazendo com que muitos se perguntem se estamos rumo a um colapso.
Para responder a esta pergunta, há duas coisas que temos que entender: a mudança no mercado imobiliário atual e o que os especialistas estão dizendo sobre os preços das casas para o próximo ano.
A realidade é que estamos em um ponto de transição na oferta e demanda habitacional. De acordo com o realtor.com, as listagens ativas aumentaram mais de 26% em relação ao ano passado, enquanto o número de exibições ou "showings" de imóveis diminuíram quase 17% em relação ao ano passado. Este é um ponto de inflexão para a habitação porque, nos últimos dois anos, vimos uma grande demanda (exibições) e não havia suficientes casas a venda disponíveis para o número de pessoas que queriam comprar. Isso causou o frenesi do mercado.
Gráfico 1
Hoje, o mercado está desacelerando em relação ao ritmo que vimos anteriormente. A maioria dos especialistas prevê a valorização dos preços das casas em 2023, mas em um ritmo muito mais lento do que nos últimos dois anos. A média das seis previsões abaixo é de que os preços nacionais das casas se valorizem 2,5% no próximo ano. Apenas uma das seis companhias está prevendo uma depreciação do preço das casas.
Gráfico 2
Quando olhamos para a mudança que está ocorrendo e o que os especialistas dizem, podemos concluir que o mercado imobiliário nacional está desacelerando, mas não significa que estamos a caminho de uma bolha prestes a estourar. Isso não quer dizer que alguns mercados superaquecidos não sofrerão depreciação dos preços das casas, mas não há argumentos concretos para uma dizer que haverá uma bolha imobiliária a nível nacional.
O que experimentamos no mercado imobiliário nos últimos dois anos foram níveis históricos de demanda e oferta restrita. Isso fez com que as casas aumentassem de valor em um ritmo recorde. Segundo especialistas, embora alguns mercados superaquecidos possam sofrer depreciação de preços a curto prazo, o mercado imobiliário nacional contará se valorizando no próximo ano.