Mais uma pessoa foi atingida e morta por um trem da Brightline em Pompano Beach, sul da Flórida, na tarde de terça-feira, 31.
De acordo com o Gabinete do Xerife de Broward, as ligações começaram a chegar aproximadamente às 16h20, informando que uma pessoa foi atropelada por um trem ao longo da Copans Road e Dixie Highway.
Logo depois, enquanto aguardava a chegada das autoridades policiais, o trem ficou parado nos trilhos e uma lona podia ser vista cobrindo um corpo. Os detetives de homicídios da BSO estão investigando a morte. Segundo o canal 7News, a vítima seria uma mulher, que ainda não havia sido identificada até a manhã de quarta-feira.
A Brightline é a companhia ferroviária número um em mortes por milhas percorridas nos EUA. Para cada 37.000 milhas percorridas por um dos seus trens, há uma fatalidade. A companhia ferroviária mais próxima em número de mortes é a CalTrain em San Francisco, que tem uma morte por 104.000 milhas.
Desde que começou a operar em 2018, pelo menos 68 pessoas perderam a vida nos trilhos, seja por acidente ou por suicídio. A Brightline disse à NPR que calcula que 75% das mortes acontece por suicídio, que é um número inimaginavelmente alto.
Por que tantos acidentes?
Especialistas em ferrovias disseram ao Miami Herald no início deste ano que o problema está na população da Flórida, que não está acostumada com trem de alta velocidade no meio da área urbana.
Segundo os especialistas, há uma razão importante para o alto número de fatalidades nos trilhos da Brightline: um serviço de trem expresso atravessa uma área urbana densa onde os moradores ainda não estão acostumados e os potenciais riscos fatais.
“Isso não é diferente dos trens da Amtrak que passam pelos subúrbios de Chicago ou dos que vão de Los Angeles a San Diego”, disse Ian Savage, professor da Northwestern University e diretor de seu programa de transporte e logística. “Mas aqui, você tem serviço de passageiros onde não teve serviço de passageiros antes.”
Quando a Florida East Coast Railway chegou a Miami em abril de 1896, todas as 444 pessoas viviam dentro dos limites da “cidade”. A agora densamente povoada “Costa do Tesouro” do sul da Flórida cresceu em torno dessas trilhas, aponta a análise do Miami Herald.