Os sinais de que a economia da Flórida está melhorando nos últimos meses trazem esperança. Com vacinação aberta para todos os adultos, taxa de desemprego diminuindo, mais locais voltando a funcionar e aeroportos registrando maior tráfego de viajantes, brasileiros que moram na Flórida comemoram.
A taxa estadual de desemprego diminuiu para 4,8% em janeiro de 2021, um aumento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado, mas ainda menor do que a taxa nacional. A título de comparação, a taxa de desemprego dos EUA foi de 6,3% em janeiro. Em fevereiro, a taxa caiu para 4.7% e economistas preveem taxa menor ainda nos próximos meses.
Adrienne Johnston, economista-chefe do Departamento de Oportunidade Econômica do estado, disse que a queda de 1 ponto na taxa revisada é a maior em mais de um ano. "Os empregos continuam a ser adicionados à nossa economia e as pessoas estão voltando ao trabalho, então estamos vendo as pessoas voltando a ter empregos", disse ela. "Na verdade, estamos vendo uma redução no número de desempregados, então o crescimento do emprego está conectando as pessoas de volta ao mercado de trabalho".
Melhora se reflete na comunidade brasileira na FlóridaÉ o caso de Flávia Monteiro, que mora em Winter Garden, estava desde janeiro procurando trabalho e acaba de conseguir como suporte técnico da Apple pela Kelly Connect. "Desde janeiro eu estava trabalhando no Florida Mall em quiosque nesse meio tempo. Comecei dia 5 de abril nesse novo", conta. Monteiro acredita que o estado já dá sinais de melhora, principalmente na área de turismo. "Há várias vagas, principalmente em hotéis. Acredito que por ser um estado turístico, com a vacinação e maior oportunidade de deslocamento das pessoas, o mercado está aquecido", salienta.
Desemprego em quedaEm janeiro, havia 482.000 desempregados da Flórida, com uma força de trabalho de mais de 10 milhões. A Flórida perdeu 1,1 milhão de empregos desde o início da pandemia em março passado, mas recuperou apenas 718.700 empregos. O setor de lazer e hotelaria foi o que mais sofreu, perdendo 197.000 empregos, ou 15%, em relação ao ano anterior. Em dezembro, os condados de St. Johns e Wakulla tinham a menor taxa de desemprego do estado, de 3,6%. Já o condado de Osceola, região de Orlando, tinha a maior taxa de desemprego do estado, de 8,7%.
TurismoOtimista, a CEO da Visit Orlando, Casandra Matej, que assumiu o cargo em fevereiro, disse que sua prioridade é ajudar a recuperação da indústria do turismo e que o fechamento de hotéis e parques foi devastador para a indústria em torno da comunidade de Orange County.
"É fundamental levarmos as pessoas de volta ao local de trabalho", disse Matej durante um debate divulgado pela organização WMFE. "Esses são nossos parceiros, nossos amigos, nossos vizinhos. Orlando é o destino número um para encontros nos Estados Unidos. Precisamos ter certeza de que voltaremos a esses níveis".
"Há uma demanda reprimida. Milhares de pessoas estão se preparando para viajar"
No Aeroporto Internacional de Orlando, o número de passageiros tem aumentado continuamente desde abril passado. Embora ainda há quedas em relação ao mesmo período do ano passado, em abril de 2021 já se percebe aumento acentuado de passageiros, reservas de hotéis e frequência a parques temáticos.
Os pesquisadores de mercado do Visit Orlando previram uma recuperação completa até 2023. Mas para o professor e economista da UCF, Sean Snaith, o rápido lançamento de vacinas pode levar a uma recuperação mais rápida do que o esperado. "Acho que provavelmente será antes disso, possível antes de 2023", disse ao Click Orlando.
Para a paulista Andreza Trivillin, que trabalha diretamente com turistas brasileiros em Orlando e que chegou a zerar o serviço no ano passado, a retomada gradual já acontece e a tendência é melhorar.
Demanda reprimida
"Há uma demanda reprimida. Milhares de pessoas que não puderam viajar e que estão se preparando para concretizar a viagem assim que a fronteira abrir e estarem vacinados. Acredito que o mercado possa se restabelecer rapidamente. O único ponto de atenção ainda é a questão do dólar alto, que não sabemos como pode se comportar nos próximos meses", afirmou ao Gazeta News.
Atualmente, seus clientes são brasileiros que moram nos Estados Unidos ou poucos que estão optando por fazer quarentena em outro país, mas não chega a 10% do volume anterior, diz a empresária. Para ela, vai levar um tempo ainda para as pessoas viajarem como era antes da pandemia. "Ainda terão certa aversão a aglomerações, mas com o tempo isso deve ser superado", analisa.
Sobre o "passaporte da vacina" - documento adotado por alguns países da Europa e estados americanos (na Flórida não será permitido, segundo ordem do governador)- Andreza acredita que é uma forma de liberar viagens mais seguras para determinados grupos no momento.