Ex-modelo, a gaúcha Simone Brasil, hoje com 45 anos, vive nas ruas de Manhattan, em Nova York e precisa de ajuda. "O estado de saúde dela é o pior possível. É deplorável", diz o pai, Antonio Brasil, 70 anos, caminhoneiro que vive em Pompano Beach, sul da Flórida, e busca ajuda para poder internar a filha e tratá-la como precisa.
Simone sofre há anos de anorexia e distúrbio mental. Ela foge da família e raramente entra em contato. Ao Gazeta News, Antonio Brasil disse que a família já tentou várias vezes interná-la para tratamento no Brasil, mas sem sucesso. "Ela foge e se esconde da família por meses ou anos. A última vez que consegui interná-la foi em 2017 em Porto Alegre". Os pais são separados e a mãe de Simone mora no Brasil. Simone tem uma filha de 25 anos que também não vê.
"A mãe e a filha estão desesperadas com a situação dela", desabafa o pai.
Recentemente, o caminhoneiro soube pelo consulado do Brasil em NY que a filha está pelas ruas da cidade, passando frio e com um pé machucado. Ele tenta um modo de conseguir interditá-la na justiça para que ela possa ser internada para tratamento.
"Tenho que primeiro interditá-la judicialmente, 'guardianship', aqui nos Estados Unidos para interná-la onde for possível. Tem que ser à força porque ela não aceita tratamento. A internação vai depender da ajuda que eu receber. Nova York, Flórida ou Brasil. Preciso que alguma instituição da saúde se prontifique a tratá-la por tempo indeterminado e sem custo porque eu não tenho como arcar com esta despesa que é elevadíssima", explica Brasil.
Sobre os distúrbios da filha, o pai conta que não sabe as causas específicas, mas começou quando ela era modelo e tinha preocupação com o peso. Desde então, Simone foi regrando alimentação até ficar muito magra, mas acreditava estar gorda. Ela foi progressivamente deixando de se alimentar e não se cuidando. Se veste mal, não toma banho, não cuida da aparência há anos.
Nos anos 90, fez alguns trabalhos como modelo no Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio, segundo a família. Mas a obsessão por beleza levou-a a fazer dieta alimentar radical, argumentando que estava gorda. Em pouco tempo, perdeu bastante massa corporal.
"Embora lhe disséssemos que estava magra e que deveria se alimentar melhor, ignorava tais palavras e buscava alternativas para emagrecer mais. Na hora das refeições, além de cortar a comida em pequenos pedaços e ficar a movê-los no prato em vez de comê-los, limitava-se à quantidades insignificantes e, depois, ia ao banheiro, onde provocava vômitos. Em pouco tempo, deixou de menstruar mensalmente, alternando vários ciclos. Por mais que tenhamos tentado conscientizá-la de que precisava de ajuda, não aceitou. Seus sinais de desnutrição eram gritantes. Em momento algum, admitiu estar doente e que tinha distúrbios alimentares, achava-se gorda", explica a família no Brasil.
Antonio Brasil afirma que a filha, apesar de morar nas ruas, não consome drogas. "O problema dela é com a anorexia, com distúrbio. Ela recusa tratamento, não se alimenta e não toma nenhum remédio como deveria. Agora mesmo ela está com um pé infeccionado e não quer se tratar porque ela não aceita nada químico. Ela se alimentava sempre de forma mais natural possível, era vegetariana", conta.
Segundo ele, o grande problema é que ela não quer ser ajudada, ela desaparece, fica meses, anos sem dar qualquer notícia e, cada vez que ela aparece, ela se encontra em um estado pior de saúde. "Eu realmente não sei como ela ainda está viva”, disse o pai, que tem outras três filhas.
Simone decidiu vir morar com o pai na Flórida em 2002, mas logo depois se mudou para a Califórnia. Seu problema de saúde piorou mesmo após sofrer um acidente de moto por lá em 2010, quando ficou hospitalizada por longos meses. Teve várias fraturas e foi preciso colocar próteses na região pélvica e no pé direito. Ocasião em que o pai foi visitá-la e ela o mandou embora.
“A partir daí, ela vive como nômade e recusa contato com a família", diz o pai.
Para conseguir fundos para custear advogados ou profissionais que o ajudem a salvar a filha, Brasil abriu uma campanha no GoFundMe. "Não posso pagar um tratamento para salvar a vida da minha filha e preciso da sua ajuda. Ela é anoréxica e tem transtorno mental. Ela precisa de hospitalização urgente", pede.
De acordo com pai, Simone mantém contato com um assistente social do Mount Sinai Hospital em NY e é por meio dele que tem notícias da filha. "Ele tem sido uma pessoa maravilhosa que tem me ajudado na medida do possível. Foi para ele que mandei $1100 para entregar para ela ir para um hotel por enquanto. Ela está com o pé machucado e no frio absurdo de NY", desabafa.
Quem souber de organização ou advogados que possam ajudar, no caso pode entrar em contato com Antonio pela campanha, redes sociais ou pelo email [email protected].