O governo Trump elevou o tom contra a Universidade de Harvard, ameaçando suspender sua autorização para matricular estudantes estrangeiros caso a instituição não forneça informações detalhadas sobre os vistos desses alunos. A medida faz parte de uma escalada de tensões entre a Casa Branca e a universidade, que se recusa a aplicar exigências federais, incluindo o fim de políticas de ação afirmativa.
Segundo a agência Reuters, o Departamento de Segurança Interna (DHS) também comunicou o cancelamento de dois subsídios federais concedidos à universidade, que somam mais de US$ 2,7 milhões (cerca de R$ 16 milhões). Além disso, a secretaria do DHS enviou uma carta a Harvard exigindo, até o dia 30 de abril, relatórios sobre supostas "atividades ilegais e violentas" envolvendo estudantes estrangeiros.
O governo alega que, se Harvard não comprovar estar em total conformidade com as obrigações legais de notificação e vigilância sobre estudantes internacionais, perderá o privilégio de recebê-los. Em resposta, a universidade afirmou que está ciente das exigências, mas reforçou que não abrirá mão de sua independência nem de seus direitos constitucionais, garantindo, porém, que continuará cumprindo a lei.
A tensão se intensificou após declarações do próprio Donald Trump, que criticou a universidade duramente em sua rede social. O ex-presidente afirmou que Harvard “perdeu o rumo”, acusando a instituição de empregar “radicais de esquerda” e de ensinar “ódio e fracasso” aos alunos. Ele ainda defendeu que Harvard seja impedida de receber verbas federais e sugeriu retirar sua isenção fiscal.
A crise se aprofundou na última segunda-feira (14), quando Harvard se tornou a primeira universidade a desafiar abertamente as novas diretrizes do governo, marcando um momento de confronto direto com a administração Trump.
Fonte: G1