Nesta quinta-feira (10), uma porta-voz do Ministério do Comércio da China afirmou que Pequim espera que os Estados Unidos colaborem para reduzir as tensões na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, após o presidente Trump anunciar uma pausa nas tarifas elevadas aplicadas a outros países.
“A posição da China é clara e consistente: a porta para o diálogo está aberta, mas ele deve ser conduzido em igualdade e com respeito mútuo”, disse He Yongqian, porta-voz do ministério. “A China manterá sua posição até o fim. Pressionar, ameaçar e chantagear não são formas corretas de lidar com o nosso país. Esperamos que os EUA trabalhem conosco, baseados nos princípios de respeito mútuo, convivência pacífica e cooperação de benefício mútuo.”
Apesar de suspender tarifas mais altas para outros países, Trump aumentou as tarifas sobre produtos chineses de 104% para 125%. A medida entrou em vigor na quinta-feira, ao mesmo tempo em que a China aplicou suas tarifas retaliatórias de 84% sobre importações americanas.
“Já reiteramos nossa posição várias vezes: não provocamos conflitos, mas também não os tememos. Os direitos legítimos de desenvolvimento do povo chinês e de todos os povos do mundo não podem ser retirados. A soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China devem ser respeitados”, acrescentou He.
O Ministério das Relações Exteriores da China adotou um tom mais duro, prometendo resistir firmemente. “As ações irresponsáveis e injustas dos EUA vão contra a vontade dos povos e estão fadadas ao fracasso”, disse o porta-voz Lin Jian. “China não quer uma guerra comercial, mas também não tem medo. Vamos lutar até o fim, se necessário.”
Enquanto isso, na Europa, mercados reagiram positivamente à suspensão parcial das tarifas por Trump, apesar das incertezas econômicas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a União Europeia também colocará em pausa, por 90 dias, seus planos de retaliar os EUA com novas tarifas.
“Queremos dar uma chance à negociação”, disse Ursula em publicação nas redes sociais. Ela destacou que “condições claras e previsíveis são essenciais para o comércio e para as cadeias de suprimento”.
Apesar da trégua temporária, economistas alertam que os riscos permanecem elevados. “O cenário ainda é muito incerto”, avaliou Holger Schmieding, economista-chefe do banco Berenberg, à Reuters.
Fonte: CBS