Trump assume a presidência em Washington e declara nova "era de ouro da América"
Trump fez o juramento de posse em uma rara cerimônia interna no Capitólio
O presidente Donald Trump assumiu o cargo de presidente dos EUA para mais quatro anos nesta segunda-feira (20), prometendo criar uma nação "maior, mais forte e muito mais excepcional do que nunca".
"A era dourada da América começa agora", começou Trump seu discurso de 30 minutos. "A partir de hoje, nosso país vai prosperar e será respeitado novamente em todo o mundo."
Trump afirmou estar "confiante e otimista" de que os EUA estão "no início de uma nova e empolgante era de sucesso nacional".
"De agora em diante, o declínio da América acabou", declarou.
Entretanto, o presidente destacou que está assumindo um governo que enfrenta "uma crise de confiança", acrescentando que um "establishment radical e corrupto" deixou a nação em "ruínas". Segundo ele, o governo federal não consegue mais fornecer serviços básicos e a situação na fronteira sul está fora de controle.
Trump prometeu declarar emergência nacional na fronteira sul como uma das suas primeiras ações, afirmando que "toda entrada ilegal será imediatamente parada". Ele também afirmou que iniciará o processo de deportação de milhões de imigrantes indocumentados criminosos, enviará tropas para a fronteira dos EUA com o México e designará cartéis como organizações terroristas estrangeiras.
Além disso, Trump alegou que sua missão não é apenas política, mas divina, após sobreviver a uma tentativa de assassinato meses antes da eleição. "Eu senti na época e acredito ainda mais agora que minha vida foi salva por um motivo, fui salvo por Deus para tornar a América grande novamente", disse ele.
Trump, que retorna ao cargo como um criminoso condenado, também comentou sobre seus problemas legais. "Nunca mais o imenso poder do Estado será usado para perseguir opositores políticos — algo que sei muito bem", afirmou. "Não vamos permitir isso. Não acontecerá novamente sob a minha liderança. Vamos restaurar a justiça justa, igual e imparcial sob a lei constitucional.”
Este discurso de posse contrasta com o primeiro de Trump, há oito anos, quando ele pintou uma visão sombria de uma nação em declínio, que chamou de "carnificina americana".
Trump fez o juramento de posse em uma rara cerimônia interna no Capitólio, na mesma sala onde uma multidão violenta de seus apoiadores havia invadido o edifício quatro anos antes, para impedir a certificação da vitória de Joe Biden.
Vestindo um terno marinho e gravata roxa, Trump fez o juramento, administrado pelo presidente do Supremo Tribunal, John Roberts, às 12h01. Ele estava acompanhado de sua esposa, Melania, que usava um longo casaco marinho e chapéu combinando, além de seus cinco filhos: Don Jr., Eric, Ivanka, Tiffany e Barron.
A cerimônia contou com a presença dos predecessores de Trump, uma tradição que o presidente havia desafiado em 2021 ao afirmar falsamente que a eleição havia sido roubada dele. A ex-primeira-dama Michelle Obama esteve ausente — seu escritório havia informado anteriormente que ela não compareceria à cerimônia. Mais cedo naquele dia, Trump e sua esposa tomaram chá com o ex-presidente Biden e a ex-primeira-dama Jill, outra tradição que Trump não seguiu em 2021.
O presidente não colocou a mão na Bíblia ao fazer o juramento de posse durante a cerimônia, algo que gerou atenção. A primeira-dama Melania Trump estava ao lado dele segurando duas Bíblias, mas Trump não as usou para o juramento.
Embora não haja exigência legal para que o presidente coloque a mão na Bíblia, a Constituição dos EUA especifica que é necessário fazer um juramento ou afirmação para apoiar a Constituição, sem exigir um teste religioso.
A cerimônia foi prestigiada por uma longa lista de líderes políticos, CEOs de grandes empresas de tecnologia, celebridades e outros. Estavam presentes o ex-vice-presidente Mike Pence, os ex-presidentes Barack Obama, Bill Clinton, George W. Bush e suas respectivas esposas, assim como o ex-presidente Joe Biden e sua esposa Jill Biden, e a vice-presidente Kamala Harris.
Também marcaram presença os principais CEOs de tecnologia, como Elon Musk (X), Jeff Bezos (Amazon), Mark Zuckerberg (Meta), Tim Cook (Apple) e Shou Chew (TikTok).
Fonte: CBS; ABC