O presidente Joe Biden está se comprometendo a reduzir as emissões de gases de efeito estufa dos EUA em mais de 60% até 2035, enquanto busca garantir seu legado na luta contra o aquecimento global, mesmo com a promessa do presidente eleito Donald Trump de reverter grande parte do trabalho de Biden sobre mudanças climáticas quando assumir o cargo no próximo mês.
Biden afirmou que a nova meta – que substitui um plano anterior de cortar as emissões de carbono em pelo menos 50% até 2030 – mantém os Estados Unidos no caminho para atingir emissões líquidas de gases de efeito estufa zero em toda a economia até 2050. Os EUA estão fazendo uma submissão formal dessa nova meta, conhecida como Contribuição Nacionalmente Determinada, à ONU, conforme as condições do Acordo Climático de Paris de 2015, disse Biden em uma declaração nesta quinta-feira (19).
A nova meta visa reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa em 61% a 66% abaixo dos níveis de 2005 até 2035. A proposta também exigirá mudanças sustentadas em toda a economia, desde a geração de energia até o transporte, edifícios, agricultura e indústria, incluindo aumentos significativos em energia renovável, como eólica e solar, e grandes cortes nas emissões de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão.
A promessa dos EUA inclui reduções de metano de pelo menos 35% em relação aos níveis de 2005 até 2035, afirmou Biden. Reduzir as emissões de metano é uma das formas mais rápidas de reduzir o aquecimento no curto prazo e é crucial para diminuir as emissões de gases de efeito estufa.
A promessa, não vinculante mas simbolicamente importante, faz parte do Acordo de Paris, que exige que os países apresentem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas a cada cinco anos. A CND de um país descreve como ele planeja reduzir suas emissões de gases de efeito estufa para ajudar a atingir a meta global de limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau Celsius em relação aos níveis pré-industriais.
O Acordo de Paris exige que as CNDs sejam atualizadas a cada cinco anos com uma ambição cada vez maior, levando em consideração a capacidade de cada país. O próximo prazo é fevereiro de 2025, embora Brasil, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos já tenham submetido suas propostas de CNDs.
A ação do presidente democrata ocorre pouco mais de um mês antes de sua saída do cargo. Trump já prometeu lançar uma série de ações executivas que buscarão desfazer a maioria ou toda a agenda climática de Biden, enquanto o presidente eleito republicano pressiona por uma “dominação energética” ao redor do mundo.
Fonte: ABC