Os republicanos conquistaram cadeiras suficientes para manter o controle da Câmara dos Representantes, projetando-se para um governo unificado do GOP em Washington, segundo previsão. Os republicanos devem alcançar 218 cadeiras na Câmara, contra 208 cadeiras democratas, e já venceram 53 cadeiras no Senado, contra 47 para os democratas.
Ambos os partidos viram seus incumbentes perderem em distritos desafiadores da Câmara, mas, no final, os democratas não conseguiram tirar pleno proveito de um mapa eleitoral com 17 republicanos concorrendo à reeleição em distritos que foram vencidos por Joe Biden nas eleições de 2020.
Antes da projeção, os republicanos já estavam celebrando a vitória na terça-feira (12), com os líderes republicanos da Câmara prometendo trabalhar rapidamente com o presidente eleito Donald Trump após sua posse em janeiro.
"Este governo começará a trabalhar desde o primeiro dia para implementar a agenda do presidente Trump no 119º Congresso, e nós trabalharemos estreitamente com ele e sua administração para reverter os rumos do país e, como ele diz, desencadear uma nova era dourada na América”, disse o presidente da Câmara, Mike Johnson, republicano da Louisiana, em uma coletiva de imprensa na escadaria do Capitólio.
Com um mapa do Senado que favorecia fortemente os republicanos, o controle da Câmara foi a grande questão do ciclo eleitoral de 2024. Vários republicanos de primeiro mandato, em distritos "roxo" (divididos), estavam concorrendo pela reeleição — em um ano presidencial, quando a margem da Casa Branca teve grande impacto nas disputas locais. Os democratas, por sua vez, tinham membros concorrendo em distritos favoráveis a Trump, embora muitos desses candidatos já estivessem bem preparados para campanhas difíceis.
No final, ambos os partidos experimentaram vitórias e derrotas. Contudo, quando todas as disputas forem resolvidas, a margem republicana na Câmara deve ser novamente bastante apertada.
Republicanos como os deputados Mike Lawler, de Nova York, e David Valadao, da Califórnia, conseguiram a reeleição em distritos acirrados, mas outros republicanos, como Anthony D'Esposito, de Long Island, e Mike Garcia, de Los Angeles, perderam para rivais democratas.
Do lado democrata, deputados como Marie Gluesenkamp Perez, de Washington rural, e Jared Golden, do Maine rural, também venceram corridas difíceis, frustrando os republicanos que esperavam reverter essas cadeiras. No entanto, os representantes Matt Cartwright e Susan Wilds, da Pensilvânia, perderam suas cadeiras, à medida que Trump venceu o estado.
Ainda assim, com uma margem tão estreita, os republicanos terão que lidar novamente com as divisões internas que marcaram o controle do Congresso atual — levou mais de uma dúzia de rodadas de votação para eleger Kevin McCarthy como presidente da Câmara, apenas para destituí-lo meses depois e, em seguida, enfrentar um novo processo difícil até que Mike Johnson assumisse o cargo.
Apesar disso, Johnson manteve sua frágil liderança como presidente da Câmara. Trump disse na quarta-feira (13) que está "com ele até o fim", um apoio que tem peso mesmo entre os críticos de Johnson dentro da bancada republicana.
Agora, os republicanos se reunirão para decidir que tipo de legislação buscarão implementar. Uma prioridade será a prorrogação das cortes de impostos aprovadas por Trump durante seu primeiro mandato, mas que expiram no próximo ano. A Câmara também provavelmente buscará aprovar medidas mais rigorosas de fiscalização das fronteiras, embora criar uma legislação capaz de superar um obstrução no Senado possa ser um desafio.
Fonte: ABC