Brasileira fica paralisada após consumir sopa industrializada em Aspen

Cláudia Albuquerque estava fazendo um intercâmbio de quatro meses nos EUA quando precisou ser internada.

Por Lara Barth

Cláudia desenvolveu botulismo, doença rara causada por bactéria

Cláudia de Albuquerque Celada, de 24, chegou aos EUA para um intercâmbio em Aspen, Colorado, em dezembro de 2023.

A viagem duraria quatro meses. Após esse período, ela retornaria para São Caetano do Sul (SP), sua cidade natal. Mas uma única colher de sopa industrializada interrompeu os planos da brasileira.

Os sintomas eram cansaço, tontura, visão turva e falta de ar. Quando notou que não melhorava, Cláudia entrou em contato com brasileiras que também viviam na região para pedir ajuda.

A brasileira foi internada no dia 17 de fevereiro de 2024.

Cláudia chegou a ser entubada e transferida de helicóptero para o Swedish Medical Center, em Denver. Seu corpo ficou totalmente paralisado.

O diagnóstico de botulismo veio 15 dias depois, uma doença rara causada pelas toxinas de uma bactéria. Causa paralisia dos músculos, tem evolução rápida e pode levar à morte.

O contato com a bactéria pode ocorrer por meio de alimentos em conservas e embutidos de vegetais e frutas, carne e derivados, pescado, frutos do mar, leite e derivados.

Os primeiros sintomas são náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia e constipação. Os pacientes ainda têm dor de cabeça, vertigem, visão dupla e turva, pupilas dilatadas, dificuldade para falar e engolir, fadiga, paralisia dos músculos e falência respiratória, que pode levar à morte. O paciente permanece consciente.

O tratamento é feito com antitoxina. A substância busca neutralizar as toxinas e minimizar os sintomas.

Com a ajuda de uma vaquinha, Cláudia conseguiu cobrir os custos para ser transferida de volta para o Brasil. Quando retornou, seu quadro ainda era considerado grave: ela estava no respirador artificial, se alimentando por sonda e praticamente sem movimentos.

Agora, a jovem já recebeu alta e faz fisioterapia para fortalecer a musculatura. Ela ainda circula de cadeira de rodas quando vai passear com os amigos fora de casa.

Os médicos acreditam que, após a recuperação total, Cláudia não terá sequelas físicas. Mas um episódio como esse é levado pelo paciente a vida toda no psicológico.

Para se previnir, é importante atenção na hora de higienizar os produtos e as mãos, e a recomendação é evitar ingerir alimentos em latas estufadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou com alterações no cheiro e aspecto. Antes do consumo, o ideal é ferver ou cozinhar por 15 minutos produtos industrializados e conservas caseiras.

Fonte: UOL