Petições pedem fim de atração de terror extremo nos EUA

A McKamey Manor, conhecida como a casa de terror mais extrema dos EUA, acumula polêmicas por oferecer uma experiência que ultrapassa limites convencionais de entretenimento.

A atração, localizada em Nashville, no estado do Tennessee, propõe conduzir visitantes por uma série de atividades que muitos consideram "tortura legalizada". Diversas denúncias foram feitas contra a instituição, alvo de uma petição online, que exige o seu fechamento, com cerca de 200 mil assinaturas.

Desde sua criação em 2014, por Russ McKamey, a mansão atraiu um grande público que busca por experiências extremas. As filas de espera chegaram a 24 mil pessoas em 2019, e os interessados deviam passar por um processo rigoroso antes de participar, incluindo a assinatura de um termo de responsabilidade com cerca de 40 páginas e apresentação de uma carta médica comprovando aptidão física e mental dos participantes.

As experiências, que podem durar até 10 horas, incluem ser enterrado vivo por 12 horas, simulações de afogamento e confinamento em espaços extremamente apertados, como jaulas. Um prêmio de 20 mil dólares é oferecido para quem conseguir completar o desafio, mas ninguém conseguiu até hoje.

Em 2023, a polícia do Tennessee iniciou uma investigação após o lançamento da série documental "Monster Inside: America's Most Extreme Haunted House", que revelou os traumas físicos e psicológicos sofridos pelos participantes.

Amy Milligan, que participou em 2015, relatou ter sido submetida a afogamentos repetidos enquanto implorava para que parassem, sem sucesso. Já em 2016, Laura Hertz Brotherton, que teria um relacionamento amoroso com McKamey, foi hospitalizada após passar pela atração.

Não se sabe se atração segue em funcionamento. Seu canal do Youtube não é abastecido há sete anos e o site oficial não oferece mais possibilidade de agendamento, mas segue ativo. A última atualização da agenda publicada no site oficial é de 2023.

A questão da legalidade das práticas da McKamey Manor é alvo de debates nas redes sociais. Embora o consentimento seja um elemento essencial da experiência, especialistas jurídicos apontam que ele pode ser revogado a qualquer momento.

Fonte: O Globo; UOL