Os trabalhadores dos portos do Maine ao Texas estão prontos para paralisar o trabalho a partir da terça-feira (01), organizando o que pode se tornar a greve de maior impacto para a economia dos EUA em décadas.
A greve pode interromper o fluxo de uma grande variedade de mercadorias nas docas de quase todos os portos de carga da Costa Leste e da Costa do Golfo - tudo, desde bananas até vinhos e bebidas alcoólicas europeias, além de roupas, brinquedos, artigos domésticos e automóveis europeus. Também poderão ser afetadas as peças necessárias para manter as fábricas dos EUA em funcionamento e os funcionários nessas fábricas trabalhando.
De um lado das negociações está a United States Maritime Alliance, que usa o acrônimo USMX. Ela representa as principais linhas de navegação, todas de propriedade estrangeira, bem como operadores de terminais e autoridades portuárias. Ela está enfrentando uma ameaça de greve por parte da International Longshoremen's Association, sindicato que representa 85.000 membros no total.
Dependendo da duração, uma greve pode significar escassez de bens de consumo e industriais, possivelmente elevando os preços novamente. E isso pode afetar uma economia que está finalmente se recuperando de um pico de inflação induzido pela pandemia.
Além disso, a interrupção do fornecimento de peças necessárias às fábricas dos EUA poderia interromper as operações dessas fábricas e até mesmo levar a demissões temporárias.
Os portos envolvidos incluem o Porto de Nova York e Nova Jersey, o terceiro maior porto do país em volume de carga movimentada. Mas também inclui portos com outras especialidades, como o Porto Wilmington, em Delaware, o Porto de Baltimore e o Porto de Charleston.
A USMX considera as exigências do sindicato irracionais. Na quinta-feira (26), anunciou que havia apresentado uma queixa de prática trabalhista injusta ao National Labor Relations Board (Conselho Nacional de Relações Trabalhistas), buscando fazer com que o sindicato retorne às negociações presenciais.
A USMX ofereceu mais de 40% em aumentos salariais ao longo do contrato de seis anos com o sindicato, disse uma pessoa com conhecimento das negociações. A ILA está pedindo aumentos de US$ 5 por hora, por ano, o que representaria um aumento imediato de 12,8% no salário máximo atual de US$ 39 por hora. A repetição desse aumento de US$ 5 por hora a cada ano resultaria em aumentos que totalizariam 77% durante a vigência do contrato.
O sindicato diz que continuou a conversar com a USMX, mas não em negociações face a face. O sindicato afirma que US$ 5 por hora de aumento corresponde a um aumento salarial médio anual de pouco menos de 10%, o que, segundo a organização, é razoável, considerando o nível de lucros no setor de transporte marítimo.
Fonte: CNN