Neuralink é autorizado pela FDA a testar chip em segundo paciente

Por Arlaine Castro

A Neuralink está atualmente testando sua interface cérebro-computador (ou BCI), que visa ajudar pessoas com paralisia de corpo inteiro a controlar fora da tecnologia usando seus pensamentos.

A Food and Drug Administration (FDA) deu aval para a Neuralink testar o seu chip cerebral em um segundo paciente humano.

O Wall Street Journal relatou primeiramente que a empresa obteve aprovação para um segundo paciente de teste, juntamente com um procedimento modificado.

A Neuralink está atualmente testando sua interface cérebro-computador (ou BCI), que visa ajudar pessoas com paralisia de corpo inteiro a controlar fora da tecnologia usando seus pensamentos. A notícia chega semanas depois que a Neuralink relatou problemas em seu ensaio clínico em andamento, no qual alguns dos fios do implante – componentes do dispositivo que registram a atividade neural – foram retraídos do cérebro de seu primeiro participante do ensaio.

Fontes familiarizadas com o assunto disseram à Reuters na semana passada que a Neuralink e a FDA sabiam, através de testes anteriores em animais, que os fios, que são mais finos que um fio de cabelo humano, poderiam retrair-se, juntamente com os eletrodos usados para ler sinais cerebrais. As fontes acrescentaram que a Neuralink não considerou o risco suficiente para merecer uma reformulação.

Como funciona o implante da Neuralink?

O N1 é um implante do tamanho de uma moeda composto por uma parte eletrônica e uma bateria. Os 64 fios, mais finos que fios de cabelo humano, são cirurgicamente inseridos no córtex motor do cérebro para transmitir sinais neurais.

A Neuralink descobriu que cérebro se move até três vezes mais que o previsto dentro do crânio. Para evitar problemas, a FDA aprovou um segundo teste em humano implantando os fios a oito milímetros no córtex motor do cérebro (no primeiro humano eles foram implantados de três a cinco milímetros).

A startup implantou seu dispositivo no tetraplégico Noland Arbaugh, de 29 anos, em fevereiro. Arbaugh conseguiu usar o implante Neuralink para jogar xadrez e videogames com as mãos livres.

Porém, Arbaugh disse ao Wall Street Journal que cerca de um mês após a cirurgia apenas 15% dos fios implantados em seu cérebro permanecem no lugar. Como solução, a Neuralink ajustou o algoritmo do implante de Arbaugh para aumentar sua sensibilidade aos sinais cerebrais.

Empresa procura segundo paciente

Com o sinal verde das autoridades de saúde, a companhia espera encontrar e implantar o chip em um novo paciente em junho, acrescenta o jornal. Mais de 1.000 tetraplégicos já se inscreveram nos registros de pacientes da Neuralink. Segundo Elon Musk, a startup continuará aceitando inscrições para o estudo.

A Neuralink planeja implantar seu dispositivo em 10 pessoas ainda em 2024. Reguladores do Canadá e Reino Unido vão receber pedidos da empresa em breve para também iniciar os testes.

Fonte: Associated Press.