Preparação para catástrofes: mais pessoas estocam comida e preparam 'bunkers' nos EUA

Por Arlaine Castro

As chamadas comidas de emergência (Emergency food supply) já fazem parte da vida dos norte-americanos há décadas, mas têm aumentado as vendas.

A preparação para catástrofes já foi domínio de pequenos grupos e dos convencidos de que o "dia do juízo final" está próximo, mas tem ganhado nova face e mais adeptos que constroem 'bunkers' e estocam alimentos com validade para 30 anos.

O interesse renovado na autossuficiência está levando mais moradores das cidades e dos subúrbios a abastecer as suas casas e carros para emergências, dizem os proprietários de empresas de preparação para catástrofes. A culpa é da escassez na cadeia de abastecimento e do choque das prateleiras vazias dos supermercados durante a pandemia, ou dos desastres naturais mais recentes e dos eventos globais tensos, segundo o The Wall Street Journal.

Emergency food supply

As chamadas comidas de emergência (Emergency food supply) já fazem parte da vida dos norte-americanos há décadas principalmente por causa dos furacões e outros desastres naturais. O estoque de água e alimentos enlatados com validade longa é comum em algumas regiões e situações como catástrofes em que precisem ficar isolados por um longo período.

Mas, agora, o conceito viralizou e virou trend nas redes sociais com o nome de "comidas do fim do mundo". Em vídeos, as pessoas mostram como são as refeições e experimentam os pratos, reagindo ao sabor e textura dos alimentos, diz o G1, em matéria sobre a nova trend.

"Alimentos, geralmente em pó e vendidos dentro de baldes, que supostamente duram mais de 30 anos sem alteração no sabor ou na qualidade. Os produtos são vendidos pela internet, mas também são fáceis de encontrar em prateleiras de supermercados americanos. São vendidos normalmente na sessão de camping, com preços chegando até aos US$ 100 (cerca de R$ 500), dependendo da quantidade de refeições em cada balde. A maioria dessas comidas estão desidratadas ou até mesmo em pó. Para fazer os pratos, a indicação é colocar apenas um pouco de água, sem necessidade de aquecer ou de usar energia elétrica", explica a reportagem.

Bunkers (abrigos subterrâneos)

Com sede em Akron, Ohio, e construindo desde 2012, a empresa de propriedade de veteranos de Stump oferece instalação de bunkers subterrâneos “simples” a partir de US$ 21 mil, ao mesmo tempo que trabalha em projetos onde “o céu é o limite” em termos de custo.
Stump admite que o interesse e a procura por bunkers subterrâneos aumentaram “cada vez mais” nos últimos anos. Abrigos subterrâneos também ganharam manchetes nacionais recentemente, já que o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, está construindo um bunker extravagante em sua casa de quase US$ 200 milhões no Havaí.

Fontes de desenvolvedores próximas aos planos do projeto disseram à Wired que o bunker se estenderá por 5.000 pés quadrados e estará localizado no subsolo entre os dois edifícios principais da propriedade.

“Nossos principais clientes vão desde a classe média até pessoas muito ricas”, disse o fundador e presidente da USA Bunker Company, Todd Stump, à FOX News Digital. “Eles são pessoas bastante normais, da classe trabalhadora e com os pés no chão, que só querem algumas camadas extras de proteção.”

Os bunkers mais básicos vêm equipados com o que alguém precisa para suporte de vida, enquanto os abrigos mais luxuosos podem incluir recursos como piscina. Um abrigo médio é construído para uma família de quatro pessoas e pode sustentá-los “por meses” seguidos, destacou Stump.

Embora os suprimentos sejam limitados, há espaço de armazenamento extra abaixo do próprio bunker para alimentos e outras necessidades. Bunkers individuais também podem ser conectados para criar sistemas subterrâneos maiores para grupos maiores de pessoas.