Escassez de moradias atinge níveis de crise: o que compradores e vendedores precisam saber
O país carece de 2,3 milhões a 6,5 milhões de unidades habitacionais, segundo estimativas do Realtor.com.

Os Estados Unidos enfrentam o maior déficit habitacional que o país já experimentou, e tudo indica que não haverá um alívio em um futuro próximo. O país carece de 2,3 milhões a 6,5 milhões de unidades habitacionais, segundo estimativas do Realtor.com.
A falta de casas disponíveis para venda fez com que os preços aumentassem nos últimos anos e levou os compradores a continuar lutando com guerras de lances e ofertas, mesmo com as taxas de hipoteca subindo.
A economista-chefe da Realtor.com, Danielle Hale, disse que a principal causa da escassez de moradias se deve a falta de novas construções. "Os construtores não acompanharam o número de pessoas que precisam de moradia", segundo ela.
Como chegamos a esse ponto de crise? Bem, a população mais do que dobrou desde 1950. A população do país está vivendo mais e todos precisam de casas. Mas os construtores têm lutado para retomar a construção desde a Grande Recessão, e agora não estão construindo casas rápido o suficiente.
Com as taxas de juros de hipotecas mais altas, girando em torno de 7%, estão levando muitos vendedores potenciais a não vender seus imóveis. Além disso, nos últimos anos, os investidores têm competido diretamente com compradores de primeira viagem por casas unifamiliares com preços acessíveis.
"A escassez de moradias é um problema que se desenvolveu durante a crise imobiliária de uma década atrás, e provavelmente levará uma década para ser superado", diz Mark Zandi, economista-chefe da Moody's Analytics.
Então, por que não estão sendo construídas mais casas?
De acordo com a Associação Nacional de Construtores de Casas, os construtores têm lutado para crescer, já que cerca de metade de todas as empresas de construção faliram durante a Grande Recessão, quando a construção de casas parou. Muitos trabalhadores qualificados encontraram empregos em outras indústrias.
Houve uma queda de cerca de 80% nas novas construções desde o pico da crise, no terceiro trimestre de 2005, até o mínimo, no primeiro trimestre de 2009. Economistas dizem que deveriam ser construídas mais de 1,1 milhão de casas por ano para reduzir significativamente o déficit.
Hoje, a indústria sofre com a falta de mão-de-obra de construção, falta de lotes disponíveis, falta de madeira e materiais de construção, falta de empréstimos para construtores e incorporadores e leis locais e requisitos de zoneamento que aumentam os custos dos construtores.
Cerca de um quarto do preço final de uma casa nova são custos regulatórios. Além disso, taxas de juros mais altas significam que custa mais aos construtores pedir dinheiro emprestado para desenvolvimento e construção de terrenos.
Segundo a Associação Nacional de Construtores, após a pandemia, o custo para construir uma nova casa é 30% a 40% maior do que em 2018 e 2019.