Senado e Câmara dos EUA investigam destino de crianças imigrantes desacompanhadas

Por Arlaine Castro

Os menores ficam sob os cuidados da CBP, que os encaminha para abrigos administrados pelo Escritório de Reassentamento de Refugiados, vinculado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos, e entregues a "padrinhos", muitas vezes um dos pais ou parente que já está no país.

O destino de crianças migrantes desacompanhadas que chegam aos Estados Unidos pode ser casas de "padrinhos" sem garantias ou fábricas que as exploram. Para impedir essa vulnerabilidade, comitês do Senado e da Câmara estão investigando e cobrando do governo mudanças na política.

Na quarta-feira, 14, senadores examinaram as garantias de segurança e bem-estar dos menores migrantes que cruzam a fronteira sozinhos. O número de crianças estrangeiras desacompanhadas (UACs) que chegam à fronteira aumentou de 33.239 no ano fiscal de 2020 para mais de 146.000 no ano fiscal de 2021 e 152.000 no ano fiscal de 2022.

Esta semana, o secretário do HHS compareceu perante um comitê separado da Câmara e disse novamente que o HHS não tem jurisdição sobre as crianças que são colocadas sob os cuidados de patrocinadores, culpando, em vez disso, empregadores inescrupulosos e empresas dispostas a explorar crianças vulneráveis.

Quando são detidos pela patrulha na fronteira, os menores ficam sob os cuidados da CBP, que os encaminha para abrigos administrados pelo Escritório de Reassentamento de Refugiados (ORR). Este escritório, vinculado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos, os entrega a "padrinhos", muitas vezes um dos pais ou parente que já está no país, mas pode ser outra pessoa ou entidade que não há como saber.

De janeiro a abril, mais de 44.000 "menores desacompanhados" entraram nos Estados Unidos vindos do México, de acordo com a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP); 47% deles chegam da Guatemala, enquanto outros 40% de Honduras e El Salvador, três países onde a violenta gangue MS-13 recruta jovens e semeia o terror.

Dentro do território americano, muitas acabam sendo exploradas. Desde 2018, o Departamento do Trabalho registrou um aumento de 69% no número de crianças empregadas ilegalmente, algumas delas com apenas 12 anos.

Na Câmara, o chefe do Departamento de Saúde e Serviços Humanos testemunhará perante uma audiência do subcomitê sobre a crise de crianças migrantes desacompanhadas - depois que os republicanos do comitê o pressionaram a comparecer sobre o assunto.

O subcomitê de supervisão e investigações do Comitê de Energia e Comércio da Câmara, Morgan Griffith, anunciou que o secretário do HHS, Xavier Becerra, comparecerá à audiência de 26 de julho chamada: "Stopping the Exploitation of Migrant Children: Oversight of HHS' Office of Refugee Resettlement".

A audiência examinará a gestão do Office of Refugee Resettlement do programa de crianças migrantes desacompanhadas "incluindo a responsabilidade do HHS de manter as crianças sob seus cuidados seguras e impedir sua exploração após a liberação", de acordo com o anúncio, visto pela Fox News Digital.

Fontes: AFP e Fox News.