Preços ao consumidor sobem 8,5% nos EUA, o maior em 40 anos
Os dados de inflação federais recém-divulgados pelo Bureau of Labor Statistics mostram que os preços continuam subindo no ritmo mais rápido em quatro décadas, continuando a tendência de inflação crescente.
O Bureau of Labor Statistics divulgou seu Índice de Preços ao Consumidor, um indicador-chave da inflação, que mostrou que os preços subiram 1,2% em março, parte de um aumento de 8,5% nos últimos 12 meses.
“Os aumentos nos índices de gasolina, abrigo e alimentos foram os maiores contribuintes para o aumento sazonalmente ajustado de todos os itens”, disse o BLS. “O índice da gasolina subiu 18,3% em março e foi responsável por mais da metade do aumento mensal de todos os itens; outros índices de componentes energéticos também aumentaram. O índice alimentar subiu 1,0% e o índice de alimentação em casa subiu 1,5%.”
Os preços da energia têm sido o maior contribuinte. Os americanos viram os preços do combustível aumentarem significativamente no ano passado. De acordo com a Associação Automobilística Americana, o preço médio do combustível nacional é de US$ 4,10, acima dos US$ 2,86 da mesma época do ano passado.
“O índice de todos os itens continuou a acelerar, subindo 8,5% nos 12 meses encerrados em março, o maior aumento de 12 meses desde o período encerrado em dezembro de 1981. O índice de todos os itens menos alimentos e energia subiu 6,5%, a maior variação em 12 meses desde o período encerrado em agosto de 1982. O índice de energia aumentou 32,0% em relação ao ano passado, e o índice de alimentos aumentou 8,8%, o maior aumento em 12 meses desde o período encerrado em maio de 1981.”
A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, antecipou o relatório na segunda-feira, 11, dizendo que esperava que a inflação fosse “extraordinariamente elevada”, mas culpou “o aumento de preços de Putin”.
No Brasil, a alta de 1,62%, em março, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, surpreendeu o mercado e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Com isso, foi desencadeada uma nova onda de revisões das estimativas para os índices do custo de vida e os juros, ambos para cima, ampliando as apostas de que o BC não conseguirá cumprir a meta inflacionária deste ano e do próximo.
Em março, de acordo com o IBGE, o IPCA acelerou e atingiu 1,62%, frente à alta de 1,01% de fevereiro, acumulando salto de 11,30% em 12 meses. Foi a maior variação para o mês desde março de 1994, pouco antes do início do Plano Real. Nos três primeiros meses do ano, o IPCA avançou 3,20%, e já encostou na meta de inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano, cujo teto é de 5%.
Fonte: The Centre Square.