O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) está com novo presidente desde 1º de janeiro. Pernambucano de 60 anos, José Antônio Freire perdeu a visão aos 15, devido a um descolamento de retina. Ligado ao paradesporto desde os 18 anos, ele foi jogador de futebol de cegos e comandou, nos últimos oito anos, a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), responsável pelo futebol, e também do judô e goalball, única modalidade paralímpica que não é uma adaptação.
"Nessa última Paralimpíada [de Paris, na França, em 2024], as modalidades administradas pelo CPB [atletismo, natação, halterofilismo e tiro esportivo] se sobressaíram muito e a gente precisa colaborar com as demais confederações, para que outras modalidades tenham o mesmo sucesso de medalhas", projetou José Antônio, em entrevista à
Agência Brasil.
Na Paralimpíada de Paris, o Brasil atingiu um recorde de 89 medalhas, sendo 25 de ouro. O desempenho colocou o país no quinto lugar no quadro de resultados dos Jogos. Presente em 20 das 22 modalidades disputadas na capital francesa, a delegação verde e amarela foi ao pódio em 12 delas. Além das quatro modalidades gerenciadas pelo CPB e das três pela CBDV, vieram medalhas no tênis de mesa, triatlo, canoagem e taekwondo.
"Chegar ao top 5 é uma coisa muito difícil. Manter-se é mais complicado ainda, mas, certamente, com o trabalho que foi feito e o que se vai fazer, não tenho dúvidas que o Brasil vai continuar [no topo] e, quem sabe, consiga um quarto lugar agora em Los Angeles [Estados Unidos, em 2028]", disse o dirigente, cujo mandato é de quatro anos, podendo ser reeleito para mais quatro.