A Associação Internacional de Surfe (ISA, sigla em inglês) adiou para este domingo (30) o início dos Jogos Mundiais da modalidade, o ISA World Surfing Games, que começariam neste sábado (29) em El Salvador. A decisão foi tomada um dia após os organizadores confirmarem 18 casos de infecção pelo novo coronavírus (covid-19), sendo 11 atletas. Outros dez testes foram inconclusivos e serão repetidos.
As disputas ocorrem a partir das 11h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do Canal Olímpico do Brasil. O evento vai até dia 6. O surfe brasileiro será representado por seis atletas: Júlia Santos, Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima (vice em 2019) entre as mulheres, que competirão em La Bocana, e Ítalo Ferreira (atual campeão), Gabriel Medina (bronze na última edição) e Filipe Toledo no masculino, com disputa nas águas de El Sunzal. Deles, somente Filipe não compete neste domingo (30). O país busca o segundo título consecutivo por equipes no Mundial.
Do sexteto, apenas Filipe e Júlia não estarão na Olimpíada de Tóquio (Japão). Os surfistas garantidos na capital japonesa se credenciaram pelos resultados no circuito da Liga Mundial de Surfe (WSL, sigla em inglês) de 2019. A competição em El Salvador define os últimos 12 classificados. No caso brasileiro, porém, o limite de dois atletas por país já foi atingido.
Surto de covid-19
Ao revelar os casos de covid-19 durante entrevista coletiva na sexta-feira (28), o presidente da ISA, Fernando Aguerre, disse que os protocolos de segurança adotados pela entidade "já previam esse tipo de situação" e que os infectados "foram prontamente colocados em isolamento". Conforme o dirigente, "não se trata de um foco gerado no evento, mas de casos isolados". Os atletas infectados foram colocados em quarentena em um hotel oferecido pelo governo de El Salvador. Os nomes não foram divulgados.
Segundo a entidade, de quarta (26) a quinta-feira (27), foram realizados 564 testes entre os envolvidos na competição. Os atletas com resultados negativos poderão competir no domingo, mas terão de seguir um "rigoroso protocolo" de segurança e serão submetidos a novos exames durante o evento. Em nota, a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) informou que os representantes do país no Mundial "estão todos seguros e instalados em quartos individuais em um hotel que está atendendo exclusivamente" à equipe nacional.
"Localizado em uma praia vizinha às praias de competição, o que nos garante maior privacidade e isolamento, o hotel oferece toda a estrutura necessária para o treinamento, com academia, piscina, sala para análise de vídeos, e a recuperação dos nossos atletas, com sala de fisioterapia e massagem", afirmou o presidente da CBSurf, Adalvo Argolo, no comunicado à imprensa.