Treze processos criminais e cinco anos detido em sistema prisional. A ficha é extensa, mas quem responde por ela é uma pessoa inocente, absolvida pela Justiça em todos os processos.
Cláudio Júnior, jovem negro, teve sua foto tirada sem consentimento pela polícia aos 16 anos. Foi o bastante para ser apontado erroneamente como autor de crimes durante processos precários de reconhecimento fotográfico feitos pela polícia.
Apesar de ter a inocência comprovada, foto e passagem pela polícia continuam nos arquivos de delegacias. O que significa ter de conviver com uma marca permanente na vida.
“Sempre tenho problemas. Quando sou parado pela polícia, tem constrangimentos. Perguntam se tenho passagem. E eu tenho que responder que sim, mesmo sendo inocente”, conta Cláudio.
“Atrapalha bastante em relação a emprego também. Tem aplicativos que não consegui me cadastrar até hoje. Não fui aceito. E isso tem me atrapalhado bastante financeiramente, mas é algo que eu espero superar”.