Adotado em 2011 pelo Rio de Janeiro para alertar a população para riscos de deslizamentos de encostas em situações de temporais, o sistema de sirenes de alerta não é ampliado desde sua criação
. Segundo a prefeitura municipal, há 164 sirenes em 103 comunidades das zonas sul e norte, a mesma cobertura daquele ano.
A escolha das comunidades foi feita com base em um estudo de riscos geológicos em 200 comunidades, que identificou 117 áreas com 20 mil residências em situação de alto risco. As comunidades da zona oeste, no entanto, não foram contempladas com esse sistema.
Relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM), de 2022, constatou que existiam pelo menos 400 comunidades cariocas que não tinham nem sirenes e nem estudos de risco geológico-geotécnico, ou seja, dois terços do total, principalmente em torno do maciço da Pedra Branca, na zona oeste. “O programa de sirenes do Rio foi lançado em 2011, mas nunca mais instalaram sirenes. Toda a zona oeste ainda precisa de estudos geológicos e sirenes”, diz o jornalista Miguel Vilela, coordenador do projeto Rio 60ºC, uma parceria da empresa Ambiental Media com o Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense (UFF), que busca entender e alertar sobre os riscos decorrentes de chuvas fortes.
Em resposta ao Tribunal de Contas, a Geo-Rio, empresa municipal responsável pelos levantamentos geológicos e obras de geotécnica, disse que as sirenes são conectadas a pluviômetros que enviam informações automaticamente a cada 15 minutos para as autoridades municipais. Esses dados são usados para acionamentos e desligamentos das sirenes.
Raquel Franco, meteorologista-chefe do Alerta Rio, órgão da prefeitura responsável por previsões meteorológicas e alertas à população, diz que o Rio foi a primeira cidade brasileira a contar com um sistema de alerta. O Rio foi também pioneiro ao contar com o primeiro radar meteorológico municipal no país, localizado na zona norte (morro do Sumaré) e instalado em 2010. Em 2024, um segundo radar foi implantado na zona oeste (morro do Mendanha).