Um projeto-piloto do governo do estado do Rio de Janeiro vai testar a adoção de veículos movidos a gás natural e gás biometano em duas linhas intermunicipais fluminenses. Anunciada nesta segunda-feira (16), a proposta de usar tecnologia a gás híbrida pode reduzir em até 20% as emissões de CO2 em comparação ao diesel de ônibus comuns, além de quase 85% e 90% das emissões de material particulado e óxidos de nitrogênio, poluentes associados à maior incidência de doenças cardiovasculares.
Foram escolhidas inicialmente as linhas Rio de Janeiro x Barra Mansa, mantida pela viação Cidade do Aço; e Duque de Caxias x Barra da Tijuca, operada pela Transportes Santo Antônio. Enquanto a primeira tem maior distância e circula em uma estrada federal, a Via Dutra, a segunda transporta passageiros dentro da região metropolitana do Rio de Janeiro, fazendo mais paradas.
O projeto conta com participação da Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana (Setran-RJ), do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro-RJ) e da Secretaria de Energia e Economia do Mar (Seenemar-RJ). Até o momento, dois ônibus foram desenvolvidos para iniciar o projeto, o Scania K 280 e o Scania K 340, com circulação prevista para janeiro do próximo ano. Segundo o secretário de Energia e Economia do Mar, Cássio Coelho, os primeiros ônibus movidos a gás no estado do Rio de Janeiro “proporcionarão menor poluição sonora e menor emissão de poluentes, além de maior conforto aos passageiros”.
Além disso, de acordo com informações divulgadas durante o evento de lançamento, mais de R$ 125 milhões serão investidos na criação de cerca de 200 postos de abastecimento específicos para a nova frota de veículos até 2027.
O governo do estado do Rio também trabalha em um edital que deve incluir a obrigatoriedade de ônibus elétricos em algumas linhas intermunicipais. A previsão é que o edital seja finalizado e publicado no início de 2025. O governador do Rio, Cláudio Castro, defendeu que o estado tem um papel fundamental na transição de matriz energética do país e um enorme potencial econômico a ser explorado.
“Nós, no Rio de Janeiro, estamos fazendo uma caminhada muito interessante. O Rio de Janeiro é o hub energético do Brasil, com mais de 80% da produção de petróleo e 74% da produção nacional de gás natural”, afirmou.
*Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa