Chefes de estado
Mauro Vieira comentou sobre a presença dos chefes de Estado na Cúpula dos Líderes do G20. Há duas semanas, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que não estará presente.
"As confirmações ainda estão acontecendo. Há 21 membros do G20, mais os países convidados. A grande maioria já confirmou e nós estamos esperando a manifestação de todos para poder dizer quem vem e quem não vem. Mas o importante é a participação dos Estados. E se não vier algum dos chefes de Estado, certamente ele estará representado em alto nível", afirmou Vieira.
Segundo o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou o Papa Francisco para o lançamento oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que acontecerá durante a Cúpula. O líder religioso, no entanto, não estará presente e será representado por Pietro Parolin, cardeal secretário-geral do Vaticano, cargo informalmente tratado como "primeiro-ministro". Ele é o número 2 na hierarquia do Estado que sedia a Igreja Católica.
"O Papa não poderá fazer essa viagem neste momento, mas designou uma pessoa de grande destaque na estrutura do Vaticano. É o primeiro-ministro do Vaticano, que é o cardeal secretário-geral de Estado, Pietro Parolin. Ele trará a palavra do Papa Francisco para o lançamento da Aliança Global. É uma iniciativa que busca combater a desigualdade no mundo, uma luta comum ao Brasil a ao Papa Francisco", relatou Vieira.
Prioridades
As 19 maiores economias do mundo, bem como a União Europeia e mais recentemente a União Africana, têm assento no G20. O grupo se consolidou como foro global de diálogo e coordenação sobre temas econômicos, sociais, de desenvolvimento e de cooperação internacional. Em dezembro do ano passado, o Brasil sucedeu a Índia na presidência.
É a primeira vez que o país assumiu essa posição no atual formato do G20, estabelecido em 2008. No fim do ano, a presidência será transferida para a África do Sul. Mauro Vieira destacou as prioridades brasileiras para seu mandato no G20: o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a mobilização pela transição energética e contra a mudança climática e o chamado para uma reforma da governança global.
"É preciso mudar as estruturas das instituições que foram criadas após a Segunda Guerra Mundial, que não mais refletem a realidade do mundo de hoje. Quando a ONU [Organização das Nações Unidas] foi criada, ela tinha 51 países membros. Hoje são 193. Da mesma forma, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional [FMI] e mais recentemente a Organização Mundial do Comércio [OMS] são todas organizações importantes para o multilateralismo global e sobretudo para defesa dos interesses dos países em desenvolvimento. Mas estão defasadas e fora da realidade atual. A participação dos países do Sul Global não tem o mesmo peso de outros países", analisou Vieira.
*Matéria ampliada às 20h40 para acréscimo de informações