Seis pessoas que estavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) receberam órgãos contaminados por HIV e testaram positivo para o vírus da Aids.
O incidente é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A infecção foi descoberta quando um paciente recebeu um coração e começou a passar mal 9 meses após o transplante. O diagnóstico veio depois de uma bateria de exames.
As autoridades descobriram que pelo menos 2 doadores tinham HIV — mas a triagem dos órgãos, feita por um laboratório privado, não detectou o vírus e os despachou para o transplante.
O estabelecimento foi contratado pela SES-RJ em dezembro do ano passado. O processo de licitação, no valor de R$ 11 milhões, foi aberto porque o Hemorio estaria aquém da demanda de análises para transplantes.
Foi apurado que o laboratório, desde então, avalizou 500 transplantes. O Hemorio está retestando 286 doadores.
O que a SES-RJ diz:
“A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.
O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.
A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.
Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.
Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no Estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.”
Fonte: G1