O oitavo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, realizado nesta segunda-feira (23) pelo Grupo Flow, foi marcado por mais uma confusão no final. Pablo Marçal (PRTB) foi expulso nos segundos finais do programa, repreendido pelo apresentador Carlos Tramontina por usar apelidos pejorativos contra Ricardo Nunes (MDB) — proibido pelas regras do programa. Pouco depois, o assessor de Nunes, Duda Lima, foi agredido por um assessor de Marçal com um soco e deixou o estúdio ensanguentado.
Marçal foi eliminado faltando dez segundos para que concluísse suas considerações finais. O ex-coach, que havia mantido o tom moderado durante o debate, chamou repetidas vezes o prefeito de “bananinha” e prometeu “prender” Nunes caso seja eleito, citando investigações a respeito da máfia das creches.
A saída do candidato do PRTB do programa foi seguida de um corre-corre, com seguranças e assessores invadindo o estúdio. A confusão foi deflagrada por um soco desferido por Nahuel Medina, integrante da equipe de Marçal, em Duda Lima, da equipe de Nunes. Segundo um dos presentes, Medina tentava filmar a expulsão de Marçal com um celular, quando o marqueteiro de Nunes teria pedido licença para o rapaz e levado o soco.
Em publicação em suas redes sociais, Medina disse mais tarde que apenas "se defendeu institivamente". O homem, um dos responsáveis por produzir os vídeos de Marçal, compartilhou um vídeo em que mostra Duda Lima rindo após o anúncio da expulsão do candidato do PRTB, e aparentemente tentando tomar o celular de suas mãos.
Nunes e seu marqueteiro, que no passado trabalhou também com Jair Bolsonaro (PL), foram para o 16° Distrito Policial (DP), na Vila Clementino, prestar queixa contra Medina. O agressor também foi para a delegacia, acompanhado por um dos advogados de Marçal e por Wilson Pedroso, coordenador da campanha do PRTB.
Ainda na saída do estúdio, Marçal defendeu seu funcionário. Segundo o candidato, o integrante de sua equipe apenas revidou uma provocação de Duda Lima.
Tramontina, o mediador do debate, criticou Marçal.
— Ele claramente usou o tempo final na expetativa de que isso fosse ser o fecho do debate sem nenhuma responsabilização ou consequência — disse o mediador.
Em entrevista aos organizadores, a candidata Maria Helena (Novo) defendeu a prisão do assessor de Marçal e disse que é preciso inteligência emocional porque já precisou “fugir” duas vezes de debates devido a confusões. Tabata Amaral (PSB) disse que Marçal “conseguiu mais uma vez” roubar o holofote por não conseguir pautar o debate. Já Guilherme Boulos (PSOL) também classificou a ação como inaceitável e disse que Marçal é o “boi de piranha” de Nunes, chamando a atenção e evitando que os problemas da gestão do prefeito ganhassem o foco.
Fonte: O Globo