Governo implanta serviço de telessaúde para atender yanomami

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil

Governo implanta serviço de telessaúde para atender yanomami

O Ministério da Saúde informou ter implantado infraestrutura de telessaúde para atender ao território yanomami em Roraima. A medida vai permitir que os indígenas tenham acesso a especialistas como oftalmologista, nutricionista, dermatologista e cardiologista sem que precisem sair de suas comunidades.

Em nota, a pasta destacou que 98 pontos de internet foram instalados na área indígena de Roraima e do Amazonas. O ministério enviou ainda 106 computadores especificamente para o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei). A proposta é alterar o fluxo de atendimento na região e oferecer mais possibilidades de tratamento. 

O comunicado destaca que os yanomami, por questões culturais, têm mais dificuldade para deixar o território por causa da alimentação e de rituais, por exemplo. A infraestrutura de telessaúde, segundo a pasta, permite ainda ampliar a oferta de especialidades que normalmente são impactadas pela dificuldade de contratação de médicos para território de difícil acesso.

“O investimento na infraestrutura digital, com mais computadores e ampliação dos pontos de internet, reforça a captação e consolidação de dados sobre vacinação, adoecimentos, tratamentos realizados, óbitos e outros indicadores de saúde, o que garante uma maior geração de dados e informações sobre o povo yanomami”, ressaltou o ministério. 

Números

Dados do Comitê de Operações Emergenciais Yanomami apontam que, no primeiro trimestre deste ano, foram notificados 74 óbitos no território. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma queda de 33%. Nos três primeiros meses de 2023, foram registradas 111 mortes. 

Os números mostram ainda que os principais agravos que apresentaram queda foram óbitos por malária, desnutrição e infecções respiratórias agudas graves. 

“O povo yanomami tem a maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 comunidades e 30 mil indígenas. Desde janeiro de 2023, o Ministério da Saúde investe para mitigar a grave crise causada na região pelo garimpo ilegal”, disse a pasta.