Hoje, aos 68 anos de idade, Ana, a mais antiga trancista em atividade no Distrito Federal (onde vive desde 1970), tem a felicidade de saber que é responsável por ensinar outras mulheres negras a fazer tranças, como um dia aprendeu olhando para a avó. Muito mais do que a atividade profissional, ela entendeu que o saber transmitido de geração a geração tinha força maior do que o enlaçar dos cabelos.
“A trança é uma maneira de preservar a história do meu povo e de simbolizar resistência”, diz.
O papel das trancistas é debatido, nesta quinta (25), no primeiro evento do Festival Latinidades, em Brasília, a partir das 14h, no Museu da República. O Festival Latinidades tem apoio da
Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Confira a programação.
Uma das debatedoras é a pesquisadora Layla Maryzandra (foto), que estudou o tema durante o mestrado na Universidade de Brasília (UnB) e coordena o projeto “Tranças no Mapa”, que foi contemplado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC).
Mais do que um mapa geográfico, ela destaca o caráter cultural e afetivo sobre os modos de saber e fazer de trancistas negras do Distrito Federal e do Entorno (as cidades de outros Estados que são vizinhas).