Uma mulher, refugiada afegã, foi agredida no bairro do Bom Retiro, no centro da cidade de São Paulo, em um possível ataque influenciado pelo conflito entre Israel e o Hamas. O caso ocorreu na quarta-feira (18) e foi registrado como injúria.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, um homem, aparentemente judeu ortodoxo, se aproximou da mulher e a empurrou, além de ter proferido xingamentos. Um motoqueiro que passava pela rua presenciou a situação e a defendeu. Logo, o companheiro dela também chegou e interveio. A mulher estava acompanhada dos dois filhos.
No Boletim de Ocorrência foi registrado que o homem, com “roupas tradicionais”, se aproximou da mulher afegã gritando e empurrando, dizendo que ela era do Hamas e que estava matando as crianças do povo dele. A ocorrência foi confirmadas pela organização que acolheu a família da mulher no Brasil, a Panahgah.
“A Polícia Militar tem intensificado o policiamento nas comunidades judaico-israelenses e palestinas localizadas em São Paulo. Esta ação tem como objetivo garantir a segurança e tranquilidade dessas comunidades, promovendo um ambiente seguro para todos os residentes”, informou em nota a SSP.
Representantes das comunidades israelense e palestina no Brasil revelaram à
Agência Brasilsuas percepções sobre o conflito e o que sabem sobre a situação de parentes e conhecidos que estão na região.
Em relação à rotina da comunidade aqui no Brasil após a deflagração da guerra, o presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Ricardo Berkiensztat, disse que se sentiu um aumento do antissemitismo. “E, para tanto, estamos atentos à segurança da comunidade em contato direto com os órgãos públicos para evitar quaisquer tipos de ameaça”.
Coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino, a jornalista palestino-brasileira Soraya Misleh avalia que há uma crescente xenofobia e racismo contra palestinos no Brasil, neste momento, “em função da propaganda agressiva de guerra protagonizada pelos meios de comunicação de massa”. E ressalta que o ataque aos palestinos dura mais de 75 anos.