“Eu não sou uma pessoa excepcional, mas um exemplo de possibilidades e oportunidades”. A fala é de Graça Machel, que aos 77 anos pode ostentar na biografia experiências como ativista, política, professora, militante na luta pela independência de Moçambique do domínio colonial português, ex-primeira-dama da África do Sul e viúva de Nelson Mandela. Ela participou nesta sexta-feira (6) de uma palestra na Rio Innovation Week, no Rio de Janeiro, e usou o próprio exemplo para falar sobre a necessidade de combate ao racismo e outras desigualdades sociais.
Machel disse que por ser mulher, negra e de origem pobre conhece bem problemas que são comuns no Brasil. E que se solidariza na luta para superá-los.
“O racismo no Brasil é estrutural: foi entrincheirado na economia, na psicologia e na consciência social devido ao fator da escravidão. Ao tocar nessa ferida, estou a aceitar a responsabilidade que também há na África, de onde venho e sou parte. Nós participamos na escravidão, partilhamos responsabilidades e vamos aceitar e confrontar o nosso passado comum”, disse a ativista.