Se fosse um espetáculo para os palcos, seria uma história de drama e suspense. No ato mais recente, uma cena de reviravolta. Porém, não há nada de ficção um uma luta para manter vivos o Teatro Dulcina de Moraes e também a faculdade que leva o nome dessa estrela da arte dramática brasileira. O prédio, no centro de Brasília, projetado por Oscar Niemeyer, é tombado como patrimônio cultural do Distrito Federal desde 2007. O local guarda acervo de mais de 70 anos do teatro brasileiro, mas está ameaçado e, por muito pouco, não foi leiloado nesta semana.
O roteiro de sufoco, em vista de uma dívida estimada em mais de R$ 20 milhões, quase teve um capítulo derradeiro e triste. O leilão, que seria realizado na quinta-feira (14), foi cancelado na terça (12), porque não seguiu, no entender da Justiça, os prazos corretos. O cancelamento, de última hora, foi motivo de alívio para a classe artística. Um respiro dentro da história, mas a luta está longe de terminar.
“Isso deu para a gente um tempo de respiro porque nós estávamos correndo com o inventário do acervo, mas com medo da iminência da perda do prédio”, afirmou o ator Josuel Junior, diretor cultural da Fundação Brasileira de Teatro, entidade criada em 1955 por Dulcina de Moraes e Odilon Azevedo. Agora, segundo ele, a equipe ganhou tempo para resolver as questões jurídicas e relacionadas ao acervo principalmente.