As tintas que iluminaram os pincéis de Candido Portinari (1903 - 1962) misturam-se entre a Brodowski (SP), em que nasceu, e o mundo. Entre a denúncia e a ternura. Entre o figurativo e o surreal. Cores de passado e de olhares à frente do tempo. Entre as sacas de café e a enxada nas mãos do homem negro. Entre o afeto ao país à revolta contra as injustiças. Entre o alerta sobre guerras ao desejo de paz.
Na exposição Portinari Raro, que estreou na última
semana no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, com entrada gratuita, mais de 200 obras menos conhecidas ou até desconhecidas do grande público revelam a genialidade do artista de múltiplas tintas inconformadas.“Os grandes temas são sociais, mas também há
aspectos da infância, do trabalho no campo e na cidade, os tipos populares, as festas, o folclore, a fauna, a flora e a paisagem”, explica o professor João Candido Portinari, filho do artista e responsável pelo Projeto Portinari, que tem a missão de democratizar o acesso à arte plural do pai.