Com crise no Judiciário, Netanyahu cai em pesquisas de popularidade
A popularidade do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, caiu em pesquisas de opinião após a aprovação de uma reforma do Judiciário que está desencadeando uma reação pública sem precedentes, abalando a economia e testando a lealdade dos reservistas do Exército.
Pesquisas feitas por duas das principais emissoras de notícias israelenses mostraram que, se uma eleição fosse realizada hoje, o número de assentos ocupados pela coalizão governista de Netanyahu no Parlamento – composto por 120 assentos – cairia de 64 para 52 ou 53.
As cadeiras ocupadas pelo partido Likud, do primeiro-ministro de 73 anos, cairiam de 32 para 28, segundo a N12 News, e para apenas 25, de acordo com a Reshet 13, nas pesquisas publicadas na noite de terça-feira (25).
Na segunda-feira (24), a coalizão nacionalista-religiosa, formada após uma eleição em novembro passado, aprovou uma legislação para limitar alguns dos poderes da Suprema Corte, apesar dos protestos de rua e da desaprovação do maior aliado de Israel, os Estados Unidos.
Foi a primeira ratificação de um projeto de lei que faz parte das mudanças no judiciário que Netanyahu considera necessárias para equilibrar poderes e impedir o excesso de alcance da Suprema Corte.
Os críticos dizem que ele está ameaçando os princípios democráticos de Israel e a independência dos tribunais, possivelmente de olho em um caso de corrupção que ele próprio está enfrentando. Netanyahu nega isso.
Com o shekel – a moeda israelense – caindo cerca de 10% desde que o governo anunciou seus planos em janeiro e aumentando a pressão sobre Netanyahu, seus oponentes estão mirando para o lado mais moderado do Likud para dissuadi-lo de promover mais mudanças.
"Há uma ala que seguirá Netanyahu cegamente em qualquer abismo. No entanto, há uma massa crítica entre os eleitores do Likud que estão descontentes com o que está acontecendo agora", disse o analista político Amotz Asa-El, pesquisador do instituto de pesquisa Shalom Hartman.
O ministro da Defesa, Yoav Gallant, o ministro da Economia, Nir Barkat, e o chefe do comitê de defesa e relações exteriores do Knesset, Yuli Edelstein, são amplamente vistos como alguns dos que poderiam pressionar por acordos com a oposição.
Ao mesmo tempo, a Suprema Corte ainda não decidiu se vai ouvir petições já apresentadas contra a nova lei, que entrou em vigor nesta quarta-feira (26).
*É proibida a reprodução deste conteúdo