Centenas de trabalhadores se mobilizaram, neste feriado de 1º de maio, em dois pontos do Distrito Federal para celebrar o Dia Internacional do Trabalho: no Eixão da Asa Norte, que corta o Plano Piloto, em Brasília; e na praça da Feira Central da Ceilândia, a cidade mais populosa do Distrito Federal, localizada a 30 km do centro da capital federal.
Na Ceilândia, a Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF) organizou um ato político-cultural com o tema Emprego, Direitos, Renda e Democracia.
Os manifestantes de diferentes idades empunharam bandeiras e vestiram camisetas de movimentos sociais, partidos políticos e em defesa da democracia brasileira. Já os líderes sindicais se revezaram nos microfones para dialogar com os trabalhadores e protestar, durante a manhã, nos intervalos das apresentações artísticas de forró e de rap.
Conquistas e lutas
O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, apontou que, no primeiro quadrimestre deste ano, já houve conquistas trabalhistas como o aumento do salário mínimo e com a elevação da faixa de isenção de Imposto de Renda, dos atuais R$ 1.903 para R$ 2.640 mensais. No entanto, o presidente da CUT-DF defendeu que 1º de maio é dia de luta. “Vamos seguir. Temos que fazer a regularização do trabalho por aplicativo, temos que incluir vários trabalhadores do sistema previdenciário. Nós temos que retomar a valorização do serviço público, nesse nosso país. E este 1º de maio é um dia que demarca todas essas lutas”.
Além dos trabalhadores da ativa, o ato contou com a presença de aposentados como Orlando Ribeiro de Sousa, do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Orlando disse que estava viajando e retornou para ir à mobilização. “Ultimamente, está muito difícil. Estamos perdendo muitos direitos, inclusive, estão sendo roubados. Então, a classe trabalhadora precisa se organizar para recuperar suas perdas”.
Outro aposentado, Aristides Neves da Silva, que trabalhou mais de 40 anos no Ministério da Saúde, em Brasília, não esqueceu a atividade sindical nos feriados de 1º de maio e falou em resistência. “Eu vim comemorar o 1º de maio, junto aos trabalhadores, já que é um dever dos sindicalistas defender a classe e participar de tudo aquilo que é em prol dos trabalhadores”. Apesar de considerar que o benefício mensal dele está defasado, Aristides está otimista com a mudança do cenário político do país, principalmente, após a concessão do reajuste de 9% aos servidores públicos do poder Executivo Federal.
No ato, o Movimento Brasil Popular (MBP) também se somou a outras organizações de trabalhadores e pediu a reconstrução nacional e união da sociedade contra diversas violências e em defesa dos direitos de trabalhadores, como os previdenciários, conforme dito pelo militante do MBP Nonato Nascimento. “Há uma grande precarização do mundo do trabalho, principalmente com relação à juventude negra e das periferias das cidades.” Nonato também defendeu a aliança de trabalhadores do campo e das cidades. “O movimento faz a defesa da reforma agrária popular, do movimento da via campesina, com os movimentos dos povos de comunidades tradicionais, na defesa da demarcação dos territórios indígenas e quilombolas”.