Líderes da FLN são presos em Mirante do Paranapanema

Por Agência Brasil

Brasília - O líder da Frente Nacional de Lutas no Campo e Cidade (FNL), José Rainha, fala à imprensa após reunião com o presidente interino Michel Temer, no Planalto (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

José Rainha Júnior e Luciano de Lima, líderes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FLN), foram presos pela Polícia Civil na tarde deste sábado (5), em Mirante do Paranapanema (SP), na região de Presidente Prudente. De acordo com a polícia, eles são acusados de extorquir donos de propriedades rurais.

“As diligências foram decorrentes de mandados de prisões preventivas, pedidos e autorizados pela Justiça, de líderes de movimento de invasão de terras que exigiam vantagens financeiras de, pelo menos, seis vítimas”, informou, em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).

A pasta ressaltou que as prisões não têm relação com as ocupações de terra realizadas pelo FLN no carnaval, na região. Na ocasião, nove propriedade rurais foram ocupadas pelo movimento, segundo a polícia.

Nas redes sociais, o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, parabenizou a ação da polícia. “José Rainha Júnior e Luciano de Lima, líderes da FNL, foram presos pela nossa Polícia Civil. Parabenizo os policiais envolvidos nessa missão, que contam também com o apoio da Polícia Militar para garantir a segurança em nosso estado”, diz a publicação.

Em nota, o FLN disse que as prisões são políticas e ocorreram em retaliação à jornada de ocupações realizadas no carnaval. “Essa prisão de cunho político tem nítida relação com a jornada de ocupações do Carnaval Vermelho, sendo um ato de retaliação aos lutadores do povo sem terra”.

O FLN ressaltou ainda que o movimento tem denunciado a usurpação de terras públicas, na região do Pontal do Paranapanema, pelo agronegócio, e que os líderes têm o direito de se defender das acusações em liberdade.

“Denunciamos a invasão de terras públicas pelo agronegócio no Pontal do Paranapanema. Terras públicas estas que o agro defende como sua à bala, expulsando, ferindo e matando, se necessário, os trabalhadores que ousam reivindicá-las”, denuncia a FLN.