Conheça a trajetória política de Geraldo Alckmin
Pai e avô orgulhoso, marido apaixonado, médico e homem público por vocação. Quatro vezes governador de São Paulo e vice-presidente eleito do Brasil. Assim se apresenta Geraldo Alckmin em suas redes sociais. Ele toma posse hoje (1°), aos 70 anos, como vice-presidente do Brasil, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e também será nomeado ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do novo governo.
Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho nasceu em Pindamonhangaba, interior de São Paulo, em 7 de novembro de 1952. É casado com Maria Lúcia Ribeiro Alckmin e tem três filhos: Sophia, Geraldo e Thomaz, esse último falecido em 2015. Alckmin e Lu, como é conhecida sua esposa, também têm quatro netos. Ele é torcedor do Santos Futebol Clube e teve uma sólida educação católica.
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Nova aliança
Adversário político de Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT) em eleições passadas, Alckmin se aliou ao presidente na construção da frente ampla de partidos com o objetivo de derrotar o ex-presidente Jair Bolsonaro nas urnas. Para isso, ele deixou o PSDB e filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Alckmin seria o nome para ajudar a atrair o eleitorado mais conservador e abrir portas em segmentos mais críticos a Lula, como setores empresariais e do agronegócio. Em julho de 2022, PT e PSB oficializaram a chapa Lula-Alckmin.
Após a vitória nas urnas, o vice-presidente eleito assumiu a coordenação do gabinete de transição do governo, que foi dividido em 32 grupos técnicos, além de um conselho político. No dia 22 de dezembro, a equipe apresentou seu relatório final com um diagnóstico de cada área, alertas sobre as emergências orçamentárias, sugestões de revogações de normas e proposta de estrutura ministerial.
Segundo Alckmin, o cenário atual do país é de retrocessos. "Infelizmente, tivemos um retrocesso em muitas áreas. O governo federal andou para trás. O estado que o presidente Lula recebe é muito mais difícil e mais triste do que anteriormente”, disse, na ocasião de entrega do relatório.
Durante a composição de seu ministério, o presidente Lula escolheu Alckmin para ser o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, fortalecendo ainda mais o papel do vice-presidente no novo governo.
Vida política
A vida política de Geraldo Alckmin teve início em 1972. Com 19 anos, ainda no primeiro ano da faculdade de medicina, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e foi o vereador mais votado de Pindamonhangaba, sendo escolhido presidente da Câmara Municipal. Em 1976, concorreu às eleições municipais e foi eleito o prefeito mais jovem do município, exercendo mandato de seis anos. Ao final de sua administração, candidatou-se a uma vaga para a Assembleia Legislativa paulista e foi eleito deputado estadual em 1982.
Em 1986, com 125 mil votos, foi o quarto colocado entre os deputados federais eleitos em São Paulo pelo já Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Foi vice-líder da bancada do PMDB na Assembleia Nacional Constituinte. Em 1888, foi um dos fundadores do PSDB, ao lado de nomes como Mario Covas, Fernando Henrique Cardoso, Franco Montoro e José Serra.
Reeleito deputado federal em 1990, foi o quarto parlamentar mais votado pelo PSDB-SP. Nesse segundo mandato foi autor de um dos projetos de lei que deu origem ao Código de Defesa do Consumidor e relator do projeto que se converteu na Lei de Benefícios da Previdência Social. Também foi autor de um dos projetos que se converteram na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e relator do projeto de lei que trata da doação de órgãos para transplantes.
Entre os anos de 1991 e 1994, como presidente do PSDB de São Paulo, Geraldo Alckmin organizou o partido em todo o estado, montando diretórios municipais e realizando encontros e reuniões para a formação de uma base sólida do PSDB.
Nas eleições de 1994, foi eleito vice-governador na chapa de Mário Covas. Já no primeiro ano de governo, foi nomeado presidente do Conselho Diretor do Programa Estadual de Participação da Iniciativa Privada na Prestação de Serviços Públicos e na Execução de Obras de Infraestrutura. Em 1996, por designação do governador, passou a exercer também a presidência do Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização.
Em 1998, a dupla Covas-Alckmin foi reeleita para o segundo mandato. Em 2000, licenciou-se do cargo de vice-governador para concorrer à Prefeitura de São Paulo, ficando em terceiro lugar na disputa. Em 6 de março de 2001 assumiu o governo do estado, após a morte de Mário Covas. Em 2002, Geraldo Alckmin foi reeleito governador de São Paulo para o mandato de 2003 a 2006.
Em 2006, disputou a Presidência da República e foi para o segundo turno concorrendo com Luiz Inácio Lula da Silva, que pleiteava a reeleição. Alckmin foi derrotado e, em 2008, se candidatou à prefeitura de São Paulo. Também não foi eleito e, em 2009 foi nomeado secretário estadual de desenvolvimento no governo de José Serra.
Em 2010 saiu vitorioso nas urnas e voltou a ocupar o cargo de governador, sendo reeleito em 2014. Com o fim do mandato, dedicou-se à presidência nacional do PSDB entre 2017 e 2019. Disputou novamente a Presidência em 2018, mas ficou em quarto lugar. No segundo turno, ele optou pela neutralidade, não apoiando Bolsonaro, que foi eleito, nem Fernando Haddad, candidato do PT.
Em 2021, em razão de desentendimentos internos, deixou o PSDB, partido que ajudou a fundar. Em março de 2022, filiou-se ao PSB, já em meio a negociações avançadas com Lula para compor a chapa para as últimas eleições.
Medicina
Geraldo Alckmin é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Taubaté, São Paulo e, apesar da vida política, sempre manteve um pé na profissão. Tem especialização em Anestesiologia no Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo e em Acupuntura no Instituto de Ortopedia e Traumatologia da Universidade de São Paulo. É professor convidado da Faculdade de Medicina da Universidade Nove de Julho e membro da Academia de Medicina de São Paulo.
É doutor honoris causa pela Universidade de Taubaté, concedido em julho de 2001; pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, concedido em maio de 2002; pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, concedido em maio de 2003; e pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, concedido em maio de 2011.