Valorizar idosos é condição para avanço da sociedade, diz ministra

Por Agência Brasil

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, comemorou hoje (22) os resultados registrados pela Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI)  e disse que a sociedade brasileira não vai conseguir avançar se não começar a valorizar os idosos. 

Cristiane lamentou que ainda ocorram no Brasil situações como a da casa de acolhimento particular de Crato (CE), onde boa parte das mulheres internadas com problemas mentais tinha sido abandonada pelas famílias e se encontrava em cárcere privado e, mesmo depois da prisão do gestor da unidade, 75% das famílias não quiseram resgatá-las. “As famílias devem valorizar os idosos”, afirmou a ministra. Para isso, defendeu a convivência entre crianças e jovens com os idosos da família, para que possam aprender com suas experiências e vivências.

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O secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Antônio Costa, salientou os avanços da Política Nacional da Pessoa Idosa desde 2019, entre os quais o Pacto Nacional de Implementação dos Direitos da Pessoa Idosa em 22 estados, por meio de parceria com nove universidades brasileiras. “O mais importante é que as matrizes vão ficar nos estados e conselhos municipais, para que vocês deem sequência”, destacou.

Costa citou também a Política Nacional de Cuidados, elaborada pelo ministério em conjunto com os ministérios da Saúde, Educação, Cidadania, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), sociedade civil, secretarias de Saúde e de Assistência Social. O programa está pronto, foi repassado para o próximo governo e deverá ser implantado em todo o país, disse o secretário. 

Envelhecimento

Costa disse que torce para que o Brasil dê certo. “O meu sonho é que o próximo presidente, que vai começar no dia 1º [de janeiro] com sua equipe, possa criar, nos quatro anos que ele vai ficar, um programa de Estado brasileiro para o enfrentamento do envelhecimento no nosso país que, infelizmente, ainda não caiu na ficha do nosso Congresso Nacional. As pessoas ainda não estão crendo que o país está envelhecendo. O maior desafio que eu vejo é a expectativa de vida, quando os homens vão viver até 88, 89 anos, e as mulheres mais de 100, e nada vai se fazer, porque a aposentadoria ocorre aos 65 anos”.

O secretário ressaltou a necessidade de se trabalhar o envelhecimento a partir dos 35 ou 40 anos, para que, dentro das possibilidades, a população possa cuidar das comorbidades, porque o grande desafio é que o envelhecimento brasileiro ocorre com 72% a 75% de comorbidades (diabetes, pressão alta, demência, Alzheimer), “e nada se tem feito até agora para isso”. Segundo Costa, esse trabalho deve ser feito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo em vista que “a população idosa representará, em pouco tempo, um terço da população total” e “é preciso trabalhar a proteção e a defesa da pessoa idosa”.

Prêmios

O ministério também entregou hoje (22) o 1º Prêmio Literário de Redações e o 2º Prêmio Literário de Crônicas, promovidos pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI). O primeiro prêmio é voltado para alunos do ensino médio da rede de escolas públicas do Brasil, enquanto o segundo abrange crônicas produzidas por pessoas idosas, com idade igual ou acima dos 60 anos.

Ambos os prêmios tiveram como tema “O papel da pessoa idosa no século XXI”. Foram premiados os autores das cinco melhores redações e crônicas.  Os vencedores do 1º Prêmio Literário de Redações foram Nycolas Verly da Silva, Laiza Vitoria Batista Castanho, Yasmim Thainara Sena de Oliveira, Debora Letícia Silva Campos e Ruanne de Jesus Pereira. Já o 2º Prêmio Literário de Crônicas teve como vencedores Luiz Claudio Machado de Santana, Ronaldo Carvalho de Sousa, Ney de Freitas Filho, Angela Maria Rocha e Fátima Soares Rodrigues.

Durante o evento, foram diplomados cinco estados Amigos da Pessoa Idosa (São Paulo, Ceará, Roraima, Mato Grosso e Paraná), que se destacaram na implementação da Política da Pessoa Idosa nos últimos quatro anos, em especial na ampliação de conselhos estaduais e municipais dos direitos da pessoa idosa e dos Fundos da Pessoa Idosa.