O guaraná do município de Maués tem a fama de ser o melhor do mundo – ou, pelo menos, é isso o que garante quem mora na cidade, no coração da Amazônia. A equipe do Caminhos da Reportagem viajou até a região para saber porque o produto de lá tem tanta notoriedade, a ponto de ter conquistado o selo de Indicação Geográfica, que destaca o local pela qualidade do guaraná produzido.
O fruto vermelho que parece um olho é cultivado na região por pequenos produtores. O trabalho não é fácil: depois de colhido, o caroço é retirado, lavado, torrado e moído. Só a torragem leva até 8 horas. Maués chegou a ser o maior produtor de guaraná do país, mas hoje a Amazônia responde por apenas 18,4% da produção, perdendo para a Bahia, com 67,7%, segundo dados de 2021 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O trabalho árduo antes não era recompensado: o quilo do produto já custou R$ 5. Com as certificações, como a Indicação Geográfica e o selo de Orgânico, conseguiram aumentar o preço em nove vezes: hoje, eles vendem o quilo a R$ 45.
“O guaraná, pra mim é tudo, o amor que a gente tem pelo produto faz ele ser um dos melhores que a gente tem no mundo”, conta Adeílson Gomes de Souza, conhecido como Dedeco, que é presidente Associação dos Produtores de Guaraná da Indicação Geográfica de Maués.