Embaixada francesa lança programa para capacitar estudantes em francês
Cerca de 5 mil brasileiros buscam a França para dar continuidade aos seus estudos. Para garantir que a língua não seja uma barreira, a Embaixada da França no Brasil desenvolveu, com o apoio da Agência Universitária da Francofonia, um programa que combina a aquisição das competências em francês com objetivos acadêmicos e interculturais: o Franmobe (Francês para Mobilidade Estudantil).
A partir deste mês, o programa será desenvolvido em todo o território nacional, por meio da rede de 35 instituições parceiras, entre institutos federais e universidades federais. O Franmobe tem como objetivo formar, em francês, os estudantes brasileiros não falantes desse idioma e apoiá-los na construção de seus projetos de mobilidade junto a uma universidade francesa ou francófona.
“O curso Franmobe foi concebido para os estudantes iniciantes a fim de permitir que, num espaço de tempo limitado, possam se capacitar efetivamente para uma mobilidade francófona. Ele se baseia em quatro projetos: planejamento de sua mobilidade - preparação para a vida estudantil - elaboração de seu projeto de mobilidade - preparação e apresentação de seu dossiê de candidatura. Ao final deste curso, o estudante é capaz de estudar em francês e de progredir na cultura francófona do país anfitrião”, explicou o diretor para América Latina da Agência Universitária da Francofonia (AUF), Gilles Masles.
O programa auxilia na construção do percurso acadêmico, voltado para acompanhar o estudante na idealização, na construção e na avaliação do seu projeto de mobilidade acadêmica junto a uma universidade francesa ou francófona.
O curso busca melhorar as chances de uma integração bem-sucedida do estudante não apenas no meio acadêmico, mas na vida cotidiana nos países de língua francesa, tornando a experiência de estudos no exterior mais rica, produtiva e interessante.
De acordo com Masles, o projeto Franmobe é implementado nos institutos federais/Cefets e nas universidades federais parceiras, com apoio dos departamentos de Relações Internacionais e dos coordenadores dos cursos de línguas.
“É ensinado nos centros de línguas e inclui jovens professores brasileiros de francês em treinamento, assim como assistentes franceses (dentro de um programa de cooperação franco-brasileira)”, afirmou. “A primeira experiência permitiu que o sistema didático fosse testado e consolidado. Este feedback validou os objetivos de aprendizagem e testou sua eficácia: a autonomia dos estudantes e sua capacidade de projeção profissional foram assim colocados no centro da abordagem de um projeto de mobilidade”, acrescentou o diretor.
O material de referência é gratuito e disponibilizado para todos os professores de francês que trabalham no ensino superior. Uma abordagem colaborativa de co-construção permite que o guia seja complementado no futuro pelos professores-usuários do Franmobe.
Guia
Para a estudante do 8º semestre engenharia mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cristiane Monteiro, de 23 anos, o curso ajudou a concretizar a primeira etapa de realizar o sonho de fazer um mestrado na Bélgica.
“O Franmobe foi um guia, já que tenho vontade de fazer um mestrado em um país francófono. Então, foi como uma guia de como me programar, me planejar e fazer um projeto. Achei que foi uma experiência muito válida”, disse. “Já impactou minha carreira no sentido de que antes eu tinha só uma ideia, um sonho. Era tudo abstrato, só tinha uma vontade de fazer o mestrado, sem nada definido e agora eu já tenho um projeto. [Com Franmobe] tirei essa ideia e passei para o papel, agora já é algo mais concreto”.
Embora já tenha tido a experiência de um intercâmbio de cinco semanas na França, para estudar o idioma, a estudante ressaltou a importância de reforçar aspectos gramaticais e conversação no curso.
"Voltei a ter contato com a língua, voltei a estudar. A gente tem contato com gramática mais para relembrar, passando em alguns pontos da língua francesa. O que achei muito válido para mim foi a questão da conversação e o treinamento, porque eu não estava em contato com a língua", disse.