Em comemoração aos 200 anos da independência, será aberta hoje (20) ao público a exposição Brasil no [Centro do] Mapa, no Centro Cultural Banco do Brasil - Rio de Janeiro (CCBB RJ). A mostra apresenta 22 preciosidades da cartografia mundial, desde o século 16 até hoje, e ficará disponível para visitação até 20 de junho próximo, no quarto andar do CCBB Rio. A entrada é gratuita e não é necessário retirar ingresso.
O curador da exposição, Paulo Protásio, destacou que um dos mapas da coleção do Ministério das Relações Exteriores traz a época do Brasil Central, ou seja, o país no centro da perspectiva global. O mapa mais recente também centraliza o Brasil, junto com a América do Sul. “E faz com que a gente tenha outra visão da área continental, o que é muito importante, porque a proposta de mercado que produzimos no Brasil é praticamente europeia, a Europa está no centro. Esse fato acaba criando uma distorção na cabeça das pessoas e faz com que a gente seja só Atlântico quando, na verdade, pertencemos a um continente que é bioceânico e está em uma relação Pacífico e Atlântico”, disse.
Para Protásio, tudo isso vem de encontro à ideia de que o mundo está mudando, e o papel do Brasil será cada vez mais importante. Portanto, se situar bem em relação à carta mundial é muito importante, principalmente para os próprios brasileiros. “Estou pensando agora na criança, no brasileiro que vai à escola pela primeira vez e que verá uma apresentação cartográfica. Esse é o nosso propósito”.
Paulo Protásio, nomeado no ano passado diretor executivo da Autoridade do Desenvolvimento Sustentável, observou que o Brasil tem muitas de suas riquezas e presença em traços geográficos diferenciadas do resto do mundo.
Tesouros
A exposição Brasil no [Centro do] Mapa tem consultoria do geógrafo André Alvarenga. Ela traz tesouros da cartografia, como a Carta Rogeriana, que marca o período de transição entre a fase em que o Mediterrâneo era dominado por muçulmanos e a retomada por cristãos europeus; o Mapa de Ebstorf, maior do período medieval, que tem o Oriente no topo; o Mapa Genovês, com a forma da Arca de Noé, que marca o fim do período medieval e a entrada na Renascença e é um dos primeiros a apontar a possibilidade de se chegar às Índias pelo contorno da África. Há também o corpo de Cristo em cruz como Rosa dos Ventos, indicando as direções norte, sul, leste e oeste, com cenas bíblicas e Jerusalém no centro; o Mapa de Johannes Scnitzer, um exemplar da redescoberta do livro Geographia de Ptolomeu, que foi diretor da Biblioteca de Alexandria no século 2 d.C.