O helicóptero é do modelo AW119Kx e foi entregue à Sepol pelo Gabinete de Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro, que atuou na área de segurança pública no território fluminense durante o governo Michel Temer. A cerimônia foi no Forte de Copacabana, uma unidade do Exército, na zona sul da cidade.
A aeronave está equipada com sistemas de imagens e de proteção balística de última geração; de navegação, com capacidade de realizar buscas e salvamentos; e de içamento para resgates em áreas de difícil acesso. Conta ainda com sistema de combustível com tanque autosselante que impede vazamentos em caso de perfurações por projéteis.
Junto com a aquisição do equipamento, o Gabinete de Intervenção realizou treinamento com a capacitação de 20 pilotos no curso teórico e de mais dez no curso prático. Este é o primeiro dos três helicópteros que o estado do Rio de Janeiro vai receber como legado da intervenção federal. As outras duas aeronaves são do modelo AW169 e vão atender às necessidades da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros.
Na solenidade, Braga Netto enfatizou que não estava presente como ministro da Defesa, e sim como antigo interventor federal, função que exerceu de 16 de fevereiro a 31 de dezembro de 2018. Ele disse que cumpria nesta sexta-feira a etapa que simboliza a última entrega de aeronaves prevista para o Gabinete de Intervenção no Rio de Janeiro.
“Hoje o Gabinete de Intervenção Federal inicia a efetivação da última entrega, após a qual será extinto. A materialização dos efeitos de todo aquele período fica traduzida pelo legado herdado pela segurança pública, com a melhoria das condições de trabalho e a operacionalidade para a segurança do povo fluminense”, afirmou. Ele lamentou, contudo, que, apesar dos êxitos obtidos com a Garantia da Lei e da Ordem da Intervenção Federal, houve perdas inestimáveis de militares e de agentes de órgãos de segurança pública.
“A eles e a suas famílias, rendemos nossa eterna gratidão. Os esforços para fortalecer o combate ao crime devem ser continuados. Como gestores públicos dos Três Poderes e de todas as instâncias, temos que, de modo profissional e com ações construtivas, buscar soluções perenes para os problemas que se avolumam por anos na área de segurança pública do nosso país”, acrescentou.
De acordo com o ministro, em 2018, quando o governo federal decretou intervenção na área de segurança pública no estado do Rio de Janeiro, iniciou-se um capítulo histórico e inédito na história do país. “Diante do quadro existente, era imprescindível e urgente a realização de um diagnóstico da situação real para identificar as possibilidades, limitações e demandas dos órgãos de segurança pública, com potencial para promover a eficáciade suas missões, com reflexos na tão almejada e legítima segurança da população fluminense”, disse Braga Netto.
O ministro lembrou que, com recursos do governo federal, o gabinete foi estruturado para viabilizar a execução financeira dos valores alocados para compra dos materiais com o objetivo de recuperar a capacidade operativa dos órgãos que estavam sob intervenção.
Segundo Braga Netto, durante a intervenção, na área de gestão de recursos humanos foi criado o serviço militar temporário, adotado no Corpo de Bombeiros para suprir a carência de pessoal. “Essa iniciativa serviu de referência e vem sendo adotada em outras unidades da federação, como por exemplo, o estado de Rondônia.”
Para ele, a integração de todas as forças de segurança do estado foi fator decisivo para os resultados alcançados com a redução dos índices de criminalidade nos anos da intervenção.
Reequilíbrio
Já o governador do Rio, Cláudio Castro, enfatizou que a intervenção ocorreu em um momento de dificuldade financeira do estado. “A nós, do governo do estado, cabe a gratidão dupla pelo tempo que o senhor e a sua equipe ficaram aqui , nos ajudando a nos reequilibrar e nos reequipar com toda essa infraestrutura que só foi possível com aporte federal, devido aquele momento de profunda crise financeira do estado do Rio.”
Castro elogiou a atuação do general Braga Netto à frente do Gabinete de Intervenão, ao mesmo tempo em que as forças estaduais tiveram desprendimento de entender que precisavam se estruturar e reaprender a fazer. “Foi nesse espírito que a intervenção veio aqui nos ajudar a organizar uma questão de infraestrutura fundamental”, observou.
Sobre o helicóptero entregue hoje à Sepol, o governador disse que tem “qualidade de primeiro mundo” e foi construído de acordo com a demanda da Polícia Civil. “Um trabalho pensado exclusivamente para a realidade do Rio de Janeiro. Não é uma aeronave que está na prateleira e vem e compra. Não. É um equipamento para cada realidade que se precisava aqui. E esse zelo que a intervenção teve que nos encanta”, concluiu Castro.