Senado brasileiro pede ajuda internacional por vacina
Parlamentares aprovaram com unanimidade uma moção de apelo pedindo ajuda internacional para o Brasil lidar com a pandemia de covd-19. No texto, o Senado faz o alerta que o país impõe risco a outras nações, por conta das novas cepas locais, e admite que o ritmo de imunização imposto pelo Ministério da Saúde é insuficiente para combater a pandemia.
A moção foi divulgada no último sábado (20) e o texto desperta a atenção para o fato de que o Brasil se tornou o epicentro mundial da pandemia, superando, nessa semana, “a alarmante média móvel de 72 mil novos casos e mais de 2 mil óbitos por dia”, dados com confirmados pela Organização Mundial de saúde (OMS).
Sobre o ritmo de vacinação, a carta relata que “o país reclama atenção emergencial do mundo. Nosso ritmo de imunização é insuficiente para conter a propagação da doença. Até o momento, menos de 5% dos 210 milhões de brasileiros foram vacinados. Dependemos de vacinas e insumos farmacêuticos ativos (IFA) importados, que chegam em ritmo lento, se comparado ao desafio posto pela segunda e devastadora onda da pandemia no Brasil”.
Os parlamentares estão alertando o mundo sobre o surgimento de novas cepas no Brasil que podem agravar situações em outras nações. Foi pontuado no texto também que as fronteiras entre os países nem sempre protegem a propagação do vírus e o surgimento de variantes.
“A única defesa é a cooperação internacional, com a vacinação urgente de nossa população (...) Em todos os momentos dramáticos da história do mundo o Brasil deu sua contribuição. Agora, precisamos contar com a comunidade internacional, em especial dos países produtores de vacinas, bem como dos detentores de estoques estratégicos”, destaca o documento.
Ações do Governo Federal e do Senado
Com a inabilidade do governo em enfrentar os problemas relacionados à pandemia, coube ao Congresso tomar a frente de ações. Além da moção, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) enviou uma carta à senadora e vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, pedindo “autorização especial para a aquisição, pelo governo brasileiro, de doses de vacina estocadas nos EUA e ainda sem previsão de utilização”. Nos dois casos, a articulação coube à presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Casa, a senadora Kátia Abreu (PP-TO).
De acordo com Kátia Abreu, a intenção do Senado é fazer com que as empresas, ou países que tenham medicamento no estoque possam enviar ao Brasil até 70 milhões de doses para que os municípios terminem de vacinar a população com mais de 60 anos. “Não queremos nada dado. Queremos que os fabricantes nos adiante as doses”, explicou a senadora. Também foi explicado que o pedido é em caráter emergencial e após a vacinação, o país pode estudar formas de repor os estoques de outras nações.
A movimentação do Senado acontece após o presidente da República, Jair Bolsonaro, recusar vacinas, dizer a eleitores que não iria comprar os imunizantes, comemorar a suspensão de testes com um dos medicamentos, provocar aglomerações e criticar medidas de isolamento social. O número de contaminados e mortos vem crescendo desde dezembro de 2021, e há risco de colapso no sistema de saúde de diversos estados brasileiros.
Fonte: Correio Brasiliense