A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou, nesta quinta-feira (3), um comunicado citando o Brasil entre os países que "sufocam" parte da economia americana, com a afirmação de que o presidente Donald Trump não permitirá que os EUA sejam "explorados". O comunicado, atribuído à Casa Branca, foi emitido no dia seguinte ao anúncio de Trump, em Washington, de tarifas sobre produtos importados, incluindo os brasileiros. A tarifa para os produtos do Brasil será de 10%, mesma taxa aplicada ao Reino Unido, enquanto países como a Europa (20%) e a China (34%) terão tarifas mais altas.
O comunicado destaca que países como Brasil, Argentina, Equador e Vietnã restringem ou proíbem a importação de bens remanufaturados, o que limitaria o acesso de exportadores dos EUA a esses mercados e afetaria os esforços de sustentabilidade ao desencorajar o comércio de produtos quase novos. Trump justificou as tarifas como necessárias para garantir um comércio justo, proteger os trabalhadores americanos e reduzir o déficit comercial, acusando outros países de "explorarem" os EUA.
No entanto, o governo brasileiro argumenta que a relação comercial entre os dois países é superavitária para os EUA, ou seja, os Estados Unidos exportam mais para o Brasil do que importam, o que configura uma posição favorável para os americanos. Em 2024, o superávit comercial dos EUA com o Brasil foi de cerca de US$ 7 bilhões apenas em bens, com o total de bens e serviços chegando a US$ 28,6 bilhões.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, reagiu, afirmando que o Brasil não tolera ameaças à sua democracia ou à sua soberania e que exigirá reciprocidade no tratamento comercial. O governo brasileiro também criticou as tarifas, alegando que elas violam compromissos dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) e podem prejudicar o comércio bilateral. O governo está avaliando a possibilidade de recorrer à OMC e continuará buscando diálogo com os EUA para reverter as medidas.
Fonte: G1