Um caso de tráfico internacional entre Miami e Rio de Janeiro, descoberto em 2017 e julgado pela polícia americana, teve novos capítulos. O esquema levou à detenção do brasileiro Frederick Barbieri pelo ICE, na Flórida, onde ele cumpre uma pena de 12 anos e 8 meses.
A Operação Cash Courier, da Polícia Federal, tem como objetivo desmantelar um esquema criminoso que enviou 2 mil fuzis de Miami para o Rio de Janeiro. Frederick Barbieri, o “Senhor das Armas”, foi o responsável pelo tráfico, mas ele não era o líder. O verdadeiro chefe do esquema, segundo a TV Globo, é Josias João do Nascimento, policial federal aposentado de 56 anos.
De acordo com investigações, o esquema de Josias e Barbieri tinha como destino as favelas do Comando Vermelho (CV). Josias, um dos alvos de 14 mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF, é associado a uma mansão no luxuoso condomínio Alphaville, na Barra da Tijuca, embora ainda não se soubesse se ele estava no local no momento da operação.
Além de Josias, Marcelo Lopes Santhiago Geraldo, acusado de ser miliciano no Recreio dos Bandeirantes, também foi alvo de buscas. Ao tentar fugir, ele disparou contra os policiais, mas foi capturado sem causar ferimentos aos agentes. Ele foi preso em flagrante por tentativa de homicídio, e sua arma, sem registro, foi apreendida.
A Justiça determinou o bloqueio de bens e ativos no valor de R$ 50 milhões dos investigados, que são acusados de tráfico internacional de armas, organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa e passiva. A operação tem o apoio do Ministério Público Federal, da Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Segurança Pública.
A investigação começou em 2017, com a apreensão de 60 fuzis no Aeroporto do Galeão, sendo essa uma das maiores apreensões de armas do país. As armas, escondidas em aquecedores de piscina, estavam em um cargamento que veio de Miami e tinha como destino o Brasil. Frederick Barbieri foi condenado nos EUA por tráfico de armas, e a PF descobriu que ele usava pessoas físicas e jurídicas para lavar o dinheiro da venda das armas.
Após essa apreensão, foram feitas várias operações, incluindo a prisão de Barbieri, que foi detido em fevereiro de 2018 na Flórida, onde também foram encontradas outras armas preparadas para serem enviadas ao Brasil. Em 2018, a Justiça dos EUA o condenou a 12 anos e 8 meses de prisão, além do confisco de U$ 9,6 milhões.
Fonte: G1