No Alto Do Pódio Só Há Lugar Para Uma Pessoa

Por Ivani Manzo

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Ser o primeiro, ser o melhor é o sonho de muita gente. É certo que nem todos desejam ser o primeiro nas competições esportivas, mas é certo que todos admiram os campeões. Eles ganham status de deuses e seus nomes são conhecidos por todos, por muito tempo. Nós, os súditos, imaginamos como deve ser todo esse glamour, fama e assédio dos fãs, mas não sabemos na realidade tudo que foi feito para que esse primeiro lugar fosse alcançado. Muitas pessoas tentaram, mas apenas um conseguiu. Todas as pessoas que tentaram devem ter feito os mesmos esforços e é esse nosso assunto de hoje. Quantas pessoas tomaram anabólicos para serem iguais aos fisiculturistas famosos, mas não conseguiram o primeiro lugar? Para cada lugar de destaque ou para cada primeiro lugar que foi conquistado por um, milhares tentaram e não conseguiram. O mesmo se repete para figuras públicas que se tornaram famosas pelos seus corpos esculturais. Seriam eles dotados de uma genética especial ou também usaram drogas e procedimentos invasivos e desconhecidos para chegarem onde chegaram? Minha preocupação é com quem não conquistou fama, destaque, dinheiro e ainda perdeu a saúde. Eles irão envelhecer. Como será que estas pessoas vivem e continuaram vivendo sem saúde? Elas terão que voltar ao mercado de trabalho dos pobres mortais e cumprir uma jornada de trabalho que exigirá dedicação, determinação e saúde. O número de pessoas cada vez mais jovens, fazendo procedimentos de preenchimento, aplicação de substâncias que paralisam as expressões do rosto, para que as linhas naturais sequer surjam. Silicone nas mamas, nos glúteos, hormônio para rejuvenescer e ficar fortinho e musculoso(a), ou para ficar muito forte e muito musculoso(a). Tudo isso vendido como modulação hormonal, medicina inventada, ou outro nome qualquer. A busca desenfreada pelo corpo inventado e nada natural. Todos querendo ficar igual aos seus ídolos do esporte, da TV, das mídias sociais. Proponho uma reflexão. O que aconteceria se essa febre toda fosse em imitar, seguir e idolatrar os grandes pensadores, os grandes estudiosos, os grandes benfeitores? Quantos estudiosos, filósofos e pessoas de bem, surgiram que não seriam o primeiro, o melhor, mas teriam muita coisa para acrescentas nesta sociedade tão carente de valores permanentes? Seria uma sociedade na qual os efeitos colaterais da idolatria ajudariam a construir benefícios e progresso. Milhares de “likes” para bons pensamentos e palavras que auxiliam de fato o crescimento e a igualdade entre as pessoas.