Mulheres casadas têm mais problemas sexuais, diz estudo
As mulheres casadas têm uma chance maior de ter problemas sexuais do que os homens casados ou as mulheres solteiras, segundo uma pesquisa da University College, de Londres.
A pesquisa, publicada no último número da revista Sexually Transmitted Infections, ouviu cerca de 11 mil homens e mulheres entre 16 e 44 anos, no período entre 1999 e 2001.
A conclusão dos pesquisadores é de que muitas mulheres consideram um problema conciliar o cuidado às crianças pequenas com a manutenção de um relacionamento sexual.
Mais mulheres do que homens disseram ter experimentado um problema de curto ou longo prazo com suas vidas sexuais no ano anterior à pesquisa.
Sem controle
As mulheres casadas ou que moram com seus companheiros, assim como as mães com filhos pequenos em casa, tinham mais chances de enfrentar problemas do que as mulheres solteiras.
Os problemas citados pelas mulheres casadas incluíam não sentir que tinham controle sobre a tomada de decisões sobre suas vidas, não usar uma forma confiável de contraceptivo, ter crianças pequenas em casa e não conseguir conversar com o parceiro.
Mas menos homens casados ou que moram com suas companheiras disseram ter problemas sexuais do que os homens solteiros.
Os homens que bebiam mais álcool do que o limite semanal recomendado e aqueles que tiveram uma doença sexualmente transmissível (DST) nos cinco anos anteriores eram os que tinham mais chances de relatar problemas com suas vidas sexuais.
Os especialistas sugerem a relação com as DSTs pode ser o fato de que algumas delas podem causar dor pélvica, ejaculação precoce e disfunção erétil.
A infecção pela bactéria clamídia também pode levar a sentimentos de estigmatização, culpa, arrependimento e “sujeira” nos homens.
A qualidade da primeira experiência sexual foi identificada como importante para ambos os gêneros, com aqueles que relatam uma má primeira experiência mais suscetíveis a acusar problemas subseqüentes.
Conclusões lógicas
“Algumas das conclusões a que chegamos são lógicas”, disse à BBC Catherine Mercer, do Centro de Saúde Sexual e HIV da University College. “Mas esta é a primeira vez que temos dados que podem ser usados para desenvolver conselhos apropriados e para dar opções (de tratamento).”
“A comunicação parece ser realmente importante. Muitas pessoas não conseguiam falar sobre suas vidas sexuais com seus parceiros”, disse ela. “Disfunções sexuais não são sempre um problema individual. Pode ser uma questão de parceria.”
Em comentários publicados pela revista Sexually Transmitted Infections, David Goldmeier e outros colegas da Jane Wadsworth Sexual Function Clinic no St Mary's Hospital, em Londres, disseram que o estudo permite uma visão aprofundada das queixas de problemas sexuais na sociedade.
Segundo eles, “apesar de sua prevalência, as disfunções sexuais são comumente envolvidas em silêncio”. “Estudos tanto nos EUA quanto na Grã-Bretanha mostram que até 54% das mulheres e 35% dos homens têm problemas, mas menos de 11% dos homens e 21% das mulheres procuram ajuda.”