Movimento pelo controle de armas consegue mudanças e promete pressão durante ano eleitoral

Por Marisa Arruda Barbosa

march for our lives - flickr
O “March for Our Lives”, organizado no fim de semana em centenas de cidades dos Estados Unidos e em outros países, está sendo aclamado pela mídia americana como maior protesto pelo controle de armas em uma geração. Iniciado pelo tiroteio em massa que aconteceu em 14 de fevereiro na Flórida, o movimento #NeverAgain, que aconteceu sob o banner do Marcho for Our Lives, contou com 200 mil pessoas somente em Washington DC, de acordo com a CBS News. Os protestos de sábado, dia 24, foram marcados por mensagens poderosas de jovens, crianças, muitos dos quais foram vítimas de violência de armas. A pressão do movimento que surgiu após o massacre na Marjory Stoneman Douglas High School, em Parkland, gerou uma comoção nacional sobre os direitos ao porte de armas e faz pressão contra o impasse legislativo sobre o assunto. Embora o movimento já tenha conseguido algumas respostas de governantes e empresas, jovens ativistas prometem continuar para pressionar por um controle de armas maior, tendo em vista as eleições de novembro, quando os norte-americanos escolherão deputados para toda a Câmara dos Deputados dos EUA e para um terço do Senado. Algumas mudanças O Congresso já promoveu pequenas mudanças na legislação sobre armas de fogo. Escondidas em uma lei de gastos de US$ 1,3 trilhão que o Congresso aprovou na semana passada, estão modestas melhorias que exigem verificações de antecedentes para a venda de armas e impõem fim à proibição para que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos estudem as causas da violência armada.O projeto de lei orçamentária, que o presidente Donald Trump assinou na sexta-feira, também inclui subsídios para ajudar as escolas a evitar a violência armada. De acordo com um levantamento do jornal Sun Sentinel, sete estados mudaram leis, enquanto seis cidades e condados locais tentaram aprovar mudanças, embora na Flórida as administrações locais não possam passar regulamentos sobre o porte de armas. Enquanto isso, oito companhias mudaram suas regras em relação a armas (entre elas o Walmart, Dick’s Sporting Goods, e o YouTube) e 19 empresas cortaram suas ligações com grupos de apoio a armas (entre elas a United Airlines, Avis e Delta, que cortaram descontos para membros do NRA). Na Flórida, legisladores aprovaram uma lei de segurança nas escolas que aumentou a idade mínima para comprar armas de 18 para 21 anos. A lei também permite que a polícia retire as armas de pessoas que representam uma ameaça a si mesmas ou a outras pessoas. A nova medida também separou aproximadamente $400 milhões de dólares para aumentar a segurança nas escolas, serviços de saúde mental e denúncia de possíveis riscos. Uma parte mais controversa da lei deixa com que funcionários da escola carreguem armas de fogo. Outros estados que passaram medidas recentemente: Oregon, Washington, Rhode Island, Nebraska, West Virginia e Idaho. Críticas ao movimento Por se tratar de um movimento predominantemente jovem, grupos pró armas afirmam que eles estão sendo manipulados por adultos em campanhas contra as armas. No dia dos protestos, o National Riffle Association publicou no Facebook que eles não estavam sendo espontâneos. “Bilionários que odeiam armas e elites de Hollywood estão manipulando e explorando crianças como parte de seus planos de destruir a Segunda Emenda da Constituição e acabar com nosso direito de defender a nós mesmos e às pessoas que amamos”, disse a publicação. Elites de Hollywood certamente tiveram um grande papel nas marchas, desde milhões de dólares em contribuições à organização dos eventos. Mas enquanto jovens estudantes se apoiaram em adultos para a realização dos eventos, eles defendem que não foram manipulados, disse o Sun Sentinel. Com informações da BBC, Reuters, Associated Press, CBS News e Sun Sentinel.